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Perigo Real e Imediato

- HEITOR DE PAOLA - MÍDIA SEM MÁSCARA - 14 DE JANEIRO DE 2004 -


Quando do ataque às torres gêmeas e ao Pentágono muito se ouviu falar na fraqueza e vulnerabilidade do “império” americano, tão forte economicamente e militarmente imbatível, mas que não sabia tomar providências para cuidar de quem lá entrava. Em parte, isto era verdadeiro. Embora o acusado fosse Bush, que recém tomara posse pouco mais de sete meses antes, na verdade a culpa provinha dos oito anos do Governo Clinton. Enfant gâté da esquerda democrata e das esquerdas de todo mundo exatamente porque minguara os serviços secretos americanos, impondo aos mesmos, ainda mais, regras quase impossíveis de cumprir, dada a natureza de suas ações. Além do que, seguiu uma política de apaziguamento com todos os governos terroristas e fora da lei do mundo.



PERIGO REAL E IMEDIATO
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O mundo é um lugar perigoso de se viver”. Não pelos que fazem o mal, mas pelos que, mesmo o conhecendo, o negam” Albert Einstein

Sabe-se hoje, através das recentes declarações do ex-Secretário de Comércio do Governo Republicano, Paul O’Neill, que no final do governo Clinton já se cogitava de que o centro do eixo terrorista ficava em Baghdad e já se cogitava de mudanças do governo iraquiano. Mesmo antes dos atentados, segundo o livro The Price of Loyalty, onde constam as declarações de O’Neill, o novo governo já fazia planos contra Saddam Hussein. Lembram de O’Neill? Quando era Secretário foi execrado como prepotente e agressivo, querendo se meter nos assuntos internos dos outros países, causando imensa indignação ”patriótica”. Pois agora será louvado em prosa e verso como a expressão mais completa da lisura, pois a hora é de odiar Bush e amar todos seus inimigos ou detratores. E por que? Porque Bush já assumira com uma firme noção de como tratar os regimes que não merecem nenhuma confiança.

Os mesmos que criticavam a falta de cuidados, agora criticam o oposto e se sentem patrioticamente ofendidos quando os EEUU impõem regras rígidas para a entrada no país. Deixando de lado as patriotadas retaliatórias, já tão discutidas, nem deveríamos perguntar porque os EEUU estão tomando tais medidas. Mas, no clima de “odiar Bush antes de todas as coisas”, surgem as explicações pseudopsicológicas: é paranóia, os americanos estão tomados de medo e o maldito Bush – e os não menos malditos falcões republicanos – estão usando este medo para implantar um regime de terror na pátria da Liberdade. Ora, entende-se paranóia como um medo injustificado, causado exclusivamente por uma fantasia projetada nos outros. Ao menos que alguém prove que as duas torres ainda estão lá e tudo não passou de uma fantasia coletiva, não se trata de paranóia, mas de medo legítimo por perigo real e imediato! E este perigo provém de várias fontes, que bem podem ser resumidas numa estratégia mundial antiamericana e anti-sionista. Na verdade, é mais do que isto, é contra toda a tradição da civilização ocidental judaico-cristã. Mas isto também é tido como paranóia, ora. Pois bem, quem achar que é, sugiro parar de ler este artigo aqui, quem prosseguir faça-o por sua conta e risco pois este assunto para mim não está em discussão. Esta estratégia pode ser definida pelos termos vazios de significado real “comunidade internacional” e “multilateralismo”. Um de seus elementos principais é criar o mito de que os EEUU são um “império”, desprezando os fatos óbvios de que uma república democrática, cujo mandatário fica quatro ou no máximo oito anos no poder, não pode ser comparada com impérios cujos ditadores, muitas vezes com pretensão à divindade, só saem por morte – natural ou nas mãos dos seus sucessores. A China é um império, assim como Cuba – que já tem até príncipe coroado – e o era também o Iraque. O ódio a Bush é outro elemento importante. Embora qualquer pessoa que enxergue um palmo adiante do nariz possa perceber que Bush é um homem comum, que segue princípios do Partido Republicano como o fizeram seus antecessores, o ódio se espalhou de tal maneira que pode-se ouvir até de pessoas razoavelmente informadas imbecilidades tais como “tudo estaria resolvido com duas balas: uma para Saddam, outra para Bush”, ou as comparações negativas a Bush com qualquer déspota sanguinário tipo Saddam, Fidel ou Pol Tot. Robert Samuelson, do Washington Post considera que este ódio, nos EEUU, é devido a duas razões: 1- sua popularidade inalterada e às vezes crescente demonstra que talvez o país seja mais parecido com ele do que com seus opositores (as últimas pesquisas do Instituto Gallup dão a Bush 20 pontos de vantagem contra o melhor candidato democrata – 57 a 37%; um pesquisa de ontem [13/01] da FoxNews 41% dos eleitores registrados não mudarão seu voto em Bush, contra 31% contra, melhor que no mesmo período da re-eleição de Reagan ou Clinton), e 2- que é uma forma de auto-indulgência de afirmação de autoridade moral que os faz sentir-se bem consigo mesmos. Concordo em parte com Samuelson, mas existem outras razões, tanto internas quanto no exterior: Bush assumiu o papel de defender em primeiro lugar os que lhe pagam o salário e pouco dá ouvido a inimigos ou falsos amigos. E se dispôs a enfrentar sem tergiversações os perigos que rondam seu País, o que um democrata na Casa Branca voltaria a negligenciar. Os perigos provêm de diversas fontes. Inicialmente, o menos perigoso mas potencialmente crescente, de uma América Latina cada vez mais dominada por uma combinação nefasta do tradicional caudilhismo personalista com uma mistura demagógica de nacionalismo socialista, aliados à narcoguerrilha colombiana e boliviana. Os expoentes máximos desta salada, Fidel e Lula, aos quais se juntou Chávez, compõem desde o Foro de São Paulo um movimento hostil aos EEUU, à economia de mercado e às liberdades públicas, com a promessa jamais renunciada, de “recriar na América Latina o que se perdeu na Europa do Leste”. O que se perdeu lá foram cruéis e asfixiantes ditaduras comunistas. Esta estratégia proliferou através de “Fóruns Sociais”, onde uma mistura de xamãs, feiticeiros, falsos padres, traficantes, charlatães e demagogos iludem uma adolescência ululante, imbecilizada e aparvalhada, sem nenhuma noção de que estão cavando sua própria sepultura, enquanto a cúpula de guerrilheiros implementa a estratégia da escalada do poder. Estes fóruns tem dado tão certo que já se organiza um novo, em nível mundial, o Fórum Universal das Culturas, ou Fórum Barcelona 2004, que comentarei no próximo artigo. Já se sabe o que se pode esperar: pau nos EEUU e em Israel, como na conferência de Durban. No entanto, o perigo real e imediato vem mesmo de onde mais se pode esperar: do Oriente Médio e outros países islâmicos. As guerras do Afeganistão e do Iraque não foram mais do que passos iniciais na luta contra o terror, cada vez mais ameaçador. Em entrevista a Jamie Glazov, do FrontPage Magazine (16/12/2003) Daniel Pipes, especialista em Oriente Médio e autor do recente livro Miniatures: Views of Islamic and Middle Eastern Politics, não acredita que a vitória no Iraque e a captura de Saddam, embora extremamente importantes, terão grande influência sobre os militantes muçulmanos que lutam uma luta mais ampla, profunda e ambiciosa. Pipes vê o Islã militante como o verdadeiro sucessor dos movimentos fascistas e comunistas, não apenas em seus métodos totalitários, mas também em seus objetivos globais (cosmics), com o agravante de métodos nunca antes utilizados, como os homens-bomba. Estas pessoas acreditam numa verdade absoluta, repetindo os padrões basilares do fascismo e do comunismo. Não existe nenhuma forma de “acomodar” tais ideologias: ou elas destroem o mundo civilizado ou são destruídas por ele. Citando Lincoln (1838): “Se a destruição é nosso destino, devemos nós mesmos ser os autores e finalizadores”. E existem sinais evidentes de que o perigo é real e imediato. O respeitado Jornal milanês Il Giornale teve acesso a um vídeo-clipe divulgado num site islâmico no qual a organização al-Qaeda ameaça destruir Nova Iorque num ataque nuclear no próximo dia 2 de fevereiro. O Jornal afirma (31/12/2003) que o site foi bloqueado pelo FBI e tirado do ar. O clipe apresentava três possíveis cenários: 1- uma bomba que explodiria sobre a cidade cobrindo-a com poeira radioativa; 2- uma tempestade de nuvens radioativas; 3- uma explosão a bordo de um avião. As fontes anti-terroristas do DEBKAfile não conseguiram confirmar ou negar esta informação, mas supõe-se que tenha sido mais um elemento a aumentar o nível de perigo nos EEUU e outros países durante as festas do fim de ano. Mais verossímil é a ameaça representada pelas recentes tentativas de assassinato contra o Presidente do Paquistão, General Pervez Musharraf, por terrosristas islâmicos. Informes americanos dão conta que o Paquistão contaria com material físsil para, no mínimo, 40 artefatos nucleares. Pode-se imaginar um terrível cenário se, de aliado aos EEUU na luta contra o terror, o Paquistão cair das mão exatamente dos piores terroristas da al-Qaeda. Assunto para um próximo artigo.



 
Heitor De Paola, MSM, em 14 de janeiro de 2004

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