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Michelle Bachelet, prove que estamos errados (por favor) ou renuncie

- THE EPOCH TIMES - Peter Dahlin - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - 3 JUN, 2022 -

Um portão do que é oficialmente conhecido como centro de educação de habilidades vocacionais é fotografado em Dabancheng, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, China, em 4 de setembro de 2018. (Thomas Peter/Reuters)

Com muita fanfarra do Partido Comunista Chinês (PCC) e sua mídia estatal, a chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, concluiu sua visita à China e sua região de Xinjiang em 28 de maio. O resultado é uma farsa completa, pelo menos à primeira vista.


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O murmúrio consistente dentro do setor da sociedade civil do anúncio da viagem rapidamente se transformou em um clamor global pelo aparente fracasso de sua viagem, com os Estados Unidos e a União Européia criticando a visita em uma linguagem incomumente forte.


Mas, talvez, haja mais nesta visita do que aparenta?


Desde o início de sua nomeação, Bachelet — que já foi presidente duas vezes e deixou o cargo com forte apoio popular — era vista como pelo menos competente, embora não necessariamente inspiradora. Muito antes de ser eleita Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, ela já viajava muito e tinha vasta experiência fora do Chile.


Bachelet também experimentou e testemunhou as graves violações dos direitos humanos em sua terra natal enquanto crescia como filha de um ministro do regime de esquerda de Allende. Ela foi forçada a viver no exílio após o golpe militar em 1973.


O que quer que se pense ou diga sobre ela, Bachelet não é estúpida e viu em primeira mão os horrores da ditadura e da polícia ensandecida. Seu compromisso com a democracia e os direitos humanos não está, ou pelo menos não estava, em questão. A estupidez e a ignorância provavelmente não são a razão para esta caricatura.


Tudo isso torna intrigante sua visita ao estilo Potemkin (apenas de fachada) à China e Xinjiang. Não foi a primeira vez que Pequim tomou declarações emitidas após sua visita fora de contexto e, em alguns casos, chegou a inventar citações atribuídas a ela, apresentando assim sua viagem ao povo chinês como um endosso da política brutal do PCC. O escritório de Bachelet devia estar ciente de que isso aconteceria, mas mesmo assim decidiu seguir em frente com a viagem sem sentido.


Seu gabinete vem trabalhando há muito tempo em um relatório abrangente sobre as atrocidades cometidas em Xinjiang, visando principalmente os uigures. Está bem entendido que seu conteúdo será blindar o PCC.


Uma razão para a crescente indignação no setor mais amplo da sociedade civil é a contínua recusa em divulgar esse relatório, que foi concluído em dezembro do ano passado. De fato, em 10 de dezembro, seu escritório declarou que o relatório seria divulgado em “uma questão de semanas”. No entanto, meio ano depois, o relatório não foi tornado público. E seu escritório de fato divulgou relatórios muito contundentes sobre outros países, como o Sri Lanka.


Suponha que possamos concluir que Bachelet e seu escritório são competentes. Nesse caso, poucas razões podem explicar ou justificar a contínua recusa em divulgar o relatório ou seu acordo em visitar a China, apesar das restrições impostas à visita pelas autoridades chinesas. É hora de Bachelet mostrar quais das seguintes razões são verdadeiras.


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Ou ela está aplacando a China na esperança de garantir uma confirmação ou um papel diferente dentro da ONU após a conclusão de seu mandato, que terminará em agosto deste ano. A atração e o fascínio de encontrar papéis internacionais são comuns, e a captura de ex-líderes do governo pela China e pela Rússia costuma ser bem-sucedida. O desejo de permanecer relevante é forte. Mas alguém com o passado de Bachelet poderia ser tão fria? Parece improvável, se não impossível.


A recusa em divulgar o relatório talvez seja uma alavanca que foi usada para forçar a China a aceitar o Alto Comissário em Xinjiang desde a primeira visita desse tipo em 2005. Essa visita por si só deixará uma marca, mesmo que nada de substancial venha dela, oferecendo apenas algum tipo de legado.


Também é possível que as limitações impostas à visita sejam claramente delineadas como uma adição final ao relatório já concluído, que ainda não foi divulgado. Francamente, pouco valor virá disso, mas se o relatório for divulgado e feito mais cedo ou mais tarde, pelo menos mostrará um método por trás de tudo — uma ideia, uma estratégia e, por mais limitado que seja, seu sucesso.


O relatório, inalterado, exceto por apontar as limitações impostas pela China à visita, deve ser divulgado se Bachelet quiser salvar parte de sua reputação esfarrapada e provar que seus críticos estão errados. É especialmente importante garantir que o próprio escritório não seja permanentemente prejudicado em credibilidade depois que ela deixar o cargo.


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É difícil ver qualquer caminho para ela deixar o cargo com, na melhor das hipóteses, notas mistas. Mas pelo menos há uma maneira de garantir que seu mandato não seja um fracasso e permita manchar a reputação do escritório.


Bachelet, mostre sua coragem e divulgue o relatório — faça isso agora enquanto o mundo está assistindo, ou então você estará jogando nas mãos do PCC (mais uma vez).


As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.


Peter Dahlin é o fundador da ONG Safeguard Defenders e cofundador da ONG chinesa China Action, com sede em Pequim (2007–2016). Ele é o autor de “Trial By Media” e colaborador de “The People's Republic of the Disappeared”. Ele morou em Pequim desde 2007, até ser detido e colocado em uma prisão secreta em 2016, posteriormente deportado e banido. Antes de morar na China, ele trabalhou para o governo sueco com questões de igualdade de gênero e agora mora em Madri, na Espanha.


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