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Economia da China começa a vacilar

- THE EPOCH TIMES - Milton Ezrati - 16 MAIO, 2023 - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO -

Notícias ruins sobre importação e exportação são um mau presságio para as perspectivas econômicas da China


Há menos de um mês, relatos de um aumento nos gastos do consumidor no primeiro trimestre criaram muito entusiasmo sobre o retorno da China à força econômica. A notícia de que esses gastos impulsionaram o produto interno bruto (PIB) da China bem acima das expectativas consensuais renovaram os rumores de que a China ultrapassaria os Estados Unidos como a maior economia do mundo.


Mesmo assim, uma olhada por trás dos números das manchetes deu motivos para duvidar do entusiasmo. Agora, as notícias de importação e exportação de abril, o primeiro mês do novo trimestre da primavera, confirmam esse ceticismo.


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As importações gerais de bens e serviços do resto do mundo chegaram a abril cerca de 7,9% abaixo dos níveis do ano anterior, uma comparação especialmente notável desde então. A China ainda estava sob bloqueios significativos do “COVID-zero”. As importações da Coreia do Sul – consideradas um bom presságio para a atividade futura – caíram impressionantes 26,5%. As exportações cresceram, o que surpreendeu pela fragilidade dos mercados americano e europeu. No entanto, 8,5% acima dos níveis do ano anterior, eles ainda exibiram uma desaceleração acentuada em relação ao avanço de 14,8% em março.


Importações fracas pintam um quadro de dois painéis dos problemas econômicos imediatos da China. A primeira delas oferece uma visão do consumidor chinês. Embora a China tenha sido caracterizada como a “fábrica do mundo”, grande parte de seus bens de consumo vem do exterior. Esses recentes sinais claros de um declínio nesse fluxo sugerem que os chamados revenge_buying (gastos de vingança) entre os consumidores não são tão amplos nem tão duradouros quanto os entusiastas afirmam. Ficou claro até um mês atrás que esse aumento nos gastos se concentrou em bens de luxo, especialmente serviços de consumo sofisticados. Esses números de importação parecem confirmar que tais gastos não se estenderam à grande maioria dos chineses de baixa e média renda.


O segundo painel nesta foto aborda a atividade comercial chinesa. Grande parte dos negócios chineses, especialmente a tão elogiada máquina de exportação do país, depende de peças e componentes importados. Uma queda geral nas importações sugere que essas fábricas e oficinas estão menos ativas do que poderiam estar, especialmente se a recuperação econômica estiver ocorrendo como Pequim espera. Destaca-se, nesse sentido, a queda de 15,3% nas importações de semicondutores. A montagem de eletrônicos continua sendo uma grande parte dos negócios chineses, e esse número indica que está longe de crescer. Reforçando esta imagem está a preocupação aberta de Pequim com o crescimento insignificante do investimento empresarial privado. Na última medida, mostrou um aumento de apenas 0,6% em relação aos níveis do ano anterior.


As notícias sobre as exportações são menos dramáticas, mas dificilmente otimistas. Nesta frente, até mesmo o ministério de estatísticas emitiu um alerta quando divulgou seus números do PIB algumas semanas atrás. “A situação no exterior”, disse, “ainda é complexa e volátil, a demanda doméstica inadequada continua proeminente e a base para a recuperação econômica ainda não é sólida”.


Não apenas o ritmo de crescimento sofreu uma desaceleração acentuada, mas abril também trouxe notícias de um declínio acentuado nas encomendas de exportação no relatório oficial dos gerentes de compras de manufatura de Pequim. Com os bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos elevando as taxas de juros para combater a inflação e a perspectiva de recessão nessas duas importantes regiões econômicas, há poucos motivos para esperar uma mudança positiva nesse quadro tão cedo.


Tendo como pano de fundo esta notícia, as perspectivas econômicas chinesas parecem menos animadoras do que eram (pelo menos para alguns) apenas algumas semanas atrás. Especialmente se os Estados Unidos e/ou a Europa entrarem em recessão – nada improvável – Pequim terá problemas para cumprir sua já reduzida meta de crescimento real de 5,0% para 2023.


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