May 18, 20236 min
- HEITOR DE PAOLA - MÍDIA SEM MÁSCARA - 17 DE JULHO DE 2009 -
O princípio democrático está, em termos retóricos, em ascendência em todo o mundo, no entanto devemos nos perguntar se na realidade, como uma prática e não apenas declamação, não está em declínio, particularmente no que vinha sendo seu mais forte bastião, os Estados Unidos
ROBERT H. BORK
Slouching Towards Gomorrah: modern liberalism and American decline
O FSP sofreu seu primeiro ataque e mais duro revés pelo bravo povo hondurenho e suas instituições que se mostraram mais firmes do que as de qualquer outro país da Iberoamérica, da Europa e, infelizmente, do “mais forte bastião democrático”, os EUA. Como bem o disse Tim Dunkin: existe ao menos um país no Ocidente que realmente leva sua Constituição a sério. Infelizmente, este país é Honduras, e não os EUA. Que poderíamos dizer nós, brasileiros e dos demais países ibero-americanos nos quais as Constituições não passam de folhetos esfarrapados, tão volumosos quanto inúteis, cujo uso mais comum é a higiene sanitária dos governantes de todos os poderes?
Pois Honduras ousou! Ousou desafiar através de mecanismos constitucionais a pior quadrilha que já infestou as Américas logo quando esta estava no auge: quinze países dominados e o reforço maior: a conquista do “mais forte bastião”, o único que a ela poderia se opor com decisão. Na “famigerada era Bush” – sem falar dos tempos de Reagan - ela seria enfrentada da única forma que bandidos entendem: a bala! Washington reconheceria imediatamente o novo governo constitucional de Micheletti, reforçaria o pessoal militar em Honduras e ampliaria a ajuda econômica. Na maravilhosa era obâmica, cantada em prosa e verso por toda a esquerda globalista internacional, agiu exatamente ao contrário. Agora, mais uma vez desde o ridículo Carter, ataca-se os amigos da América e defende-se os inimigos, pois a administração é, ela mesma, inimiga de seu país. Carter entregou a Nicarágua para os sandinistas, Obama está fazendo tudo para entregar Honduras ao FSP. Carter entregou o Irã para os Aiatolás, Obama quer entregar Israel a eles.
N’O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial [[1]] descrevi a articulação em curso entre o Foro de São Paulo, o Diálogo Interamericano, a União Européia, a ONU e suas agências e outras organizações globalistas e organizações criminosas e terroristas numa rede – network – capaz de respostas rápidas. E no último artigo abordei mais detalhadamente o funcionamento das mesmas. Na série O Suicídio da Águia (ver no meu website) já previ a entrada dos EUA no circuito. Pois é a isto que estamos assistindo em relação a Honduras na atual crise constitucional.
A resposta da quadrilha internacional de criminosos, políticos corruptos e narcotraficantes à deposição constitucional de um de seus mais promissores membros, o bandolero Mel Zelaya, surpreendeu até a mim que tenho estudado com afinco o funcionamento destes cartéis. Mal tomei conhecimento da ocorrência e já uma enxurrada de condenações caiu como uma tempestade torrencial visando rapidamente atingir dois objetivos: por um lado, amedrontar os legisladores e juristas hondurenhos com o fogo do inferno, e em segundo, tomar conta de toda a mídia mundial de modo a não haver, em nenhuma hipótese, vazamento da verdade antes da destituição supersônica do governo legal que fora empossado seguindo todas as normas constitucionais do país. O boquirroto do Lula foi quem deu com a língua nos dentes e revelou qual era o sentimento de todos. De lá onde andava – “O Cara” viaja tanto que já nem lembro por onde andava – declarou peremptoriamente: temos que acabar logo com este horror de um Presidente ser deposto por militares (por vias constitucionais, cumpanhêro!), pois se a moda da década de 60 volta!!! (Só faltou dizer: e eu?!) O timing era essencial, sabiam todos que se houvesse resistência cada vez ficaria mais difícil um retrocesso.
É claro, a brava postura de todos os setores de Honduras, da Corte Suprema ao Congresso, do Presidente Micheletti ao povo nas ruas, fez fracassar o intento inicial, apesar do novo e poderosíssimo membro da gangue, Barack Hussein, ter ameaçado com todas as retaliações imagináveis. O tempo corre a favor do governo legal e os podres começam a aparecer: cofres com dinheiro não declarado na própria casa presidencial, a conexão com o narcotráfico vem à tona.
Os apavorados “especialistas” de sempre começam a tremer nas bases:
“Se o regime de Micheletti consegue se consolidar e Zelaya fracassa em sua tentativa de regressar a Honduras, se criaria um nefasto precedente para a América Latina”. “A situação em Honduras é sumamente preocupante, porque pode se converter num modelo a ser seguido em vários países da AL que mostram características semelhantes, com conflitos entre o Presidente e o Congresso”. (Atílio Borón, analista político e sociólogo argentino).
“Quanto mais tempo passa, mais difícil será para Zelaya voltar (...) e mais debilitada fica a OEA” (Patrício Nava, analista chileno).
O mesmo Borón vai mais adiante: “Se se consolida a destituição de Zelaya, acaba o projeto de Obama de iniciar uma nova relação com a AL”. “O mandatário estadunidense devia ter tido ‘uma reação mais enérgica’”.
Ouviram bem? A esquerda pedindo mais intervenção dos antes tão odiados marines??? Ora, ora, e alguém ainda tem a cara de pau de dizer que Hussein, Clinton et caterva não são comunistas? E que todo o plano da administração não é estatizar a economia e acabar com a liberdade na América? E que sua adesão à tal“comunidade internacional” tem por finalidade derrocar a civilização ocidental judaico-cristã? É hora, então, de voltar a gritar o velho slogan dos meus tempos de comunista: Yankees, go home!
Ramón Castillo, da organização nacional de Direitos Humanos vem, desde o início de 2008 advertindo para o perigo de que Honduras se convertesse num “narcoestado”, pois, segundo ele, as drogas passavam por seu território “sem deixar rastro”. Castillo já tinha pedido a Zelaya que fizesse uma limpeza na polícia. Entre 28 de janeiro e 15 de junho a Diretoria de Luta contra o Narcotráfico registrou a aterrissagem de 14 “narcoavionetas” (avioneta: teco-teco, monomotor), na sua maioria com matrícula venezuelana e que a passagem destes aparelhos pelo país “crescia na medida em que o deposto presidente incrementava seu trabalho de montagem do plebiscito para abolir a Constituição e poder se re-eleger”. Só em junho caíram cinco aparelhos, mas desde que Micheletti assumiu nenhum mais apareceu. Alguma dúvida de que as drogas partiam da Venezuela aonde chegavam provavelmente por intermédio das FARC?
Todos os olhares se voltam para Caracas e para as selvas colombianas: é obra do Chávez e das FARC! Crime comum, nada de política! Como se este títere dos irmãos Castro estivesse agindo por conta própria e não organizado em quadrilha com o FSP do qual participam outros 13 chefes de Estado. Quem estava lá para acompanhar Zelaya em seu ”retorno triunfal” que não houve? Cristina Kirchner e Fernando “Padre de La Pátria” Lugo, que quando viram a coisa preta – nada a ver com a Casa Branca, please! – se mandaram e deixaram “Mel” a ver avionetas, tal qual uma alma penada sem pouso.
No entanto, seria melhor olhar para Brasília, pois o Ministro da Cultura do governo afastado de Honduras, Rodolfo Pastor, afirmou em entrevista exclusiva à BBC, que o modelo predileto do presidente deposto é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acrescentou que Zelaya tem sido acusado freqüentemente pelos simpatizantes do governo interino do país de ter no venezuelano Hugo Chávez a sua principal fonte de inspiração. "O presidente Zelaya sempre se sentiu mais atraído pela forma de trabalhar do presidente Lula e pelo modelo brasileiro do que por qualquer outro" (leia-se: ferver o sapo lentamente), afirmou Pastor. Tanto é assim, acrescenta, "que vários conselheiros e ideólogos do presidente Lula foram enviados a Honduras para dar consultoria em programas do governo, como (o assessor especial da Presidência da República) Marco Aurélio Garcia". Ah, finalmente, o MAG! Sempre que acontece um ato revolucionário comunista como este eu pergunto: cadê o MAG? Demorou, mas achei.
Muitos não sabem onde fica Honduras, mas vão se lembrar que Honduras disse não ao socialismo e ao comunismo.
Somos um país pobre e pequeno, mas amamos nosso país e apoiamos nossas Forças Armadas e nosso novo Presidente [[2]]
DECLARAÇÕES DE ANÔNIMOS CIDADÃOS HONDURENHOS
As citações em epígrafe bastam para meus propósitos. Mostram o orgulho de um povo que sabe defender suas instituições. Honduras une-se a Israel e Taiwan: dois países pequenos no tamanho, gigantes na força moral. Honduras além disto é pobre, mas se inspirar-se nos outros dois, poderá se desenvolver também economicamente.
Pode, portanto, gritar aos seus inimigos um outro brado ex-comunista, o da Passionária: No pasarán!