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Yuan chinês está longe de destronar o dólar americano como moeda de reserva global

- THE EPOCH TIMES - Hannah Ng e Tiffany Meier - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - 5 ABRIL, 2023 -

Embora o Brasil e a China tenham chegado a um acordo para conduzir o comércio em suas próprias moedas, em vez do dólar americano, o yuan chinês está longe de se tornar uma moeda de reserva global, de acordo com Milton Ezrati, economista-chefe da Vested, uma empresa de comunicação com sede em Nova York.


Pequim elogia o acordo como um passo para a desdolarização global e um aumento na internacionalização do yuan.


Wang Youming, pesquisador sênior e diretor do Departamento de Estudos de Países em Desenvolvimento do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse à mídia estatal chinesa Global Times que a “política monetária irresponsável de Washington, especialmente aumentos contínuos das taxas de juros, levou à depreciação do real brasileiro e aumento dos custos nas transações.”



Erzati disse que o acordo é uma tentativa de elevar o yuan como moeda internacional, mas “o yuan está muito longe de ser uma moeda de reserva internacional como o dólar”.


Segundo o especialista, a China não tem mercados financeiros para sustentar arranjos financeiros em yuan, que é um dos requisitos para uma moeda de reserva mundial.


“Se você é a moeda de reserva mundial, como o dólar, então os comerciantes de todo o mundo precisam manter sua moeda, porque é assim que eles fazem seus negócios. Se eles detêm sua moeda, eles querem um lugar para investi-la”, disse Ezrati recentemente ao “China in Focus” no NTD, o meio de comunicação congênere do Epoch Times.


Obstáculos em relação aos mercados financeiros


Erzati afirmou que, nesse caso, os comerciantes de yuan podem enfrentar dificuldades em garantir mercados para investir porque a China controla os fluxos de dinheiro para dentro e para fora do país.


Portanto, ele disse: “Não é muito encorajador estabelecer-se como moeda de reserva e depois dizer às pessoas: 'Vocês precisam pedir nossa permissão para movimentar o dinheiro'. Então eles têm que abrir seus mercados financeiros para se tornar a reserva. E o Partido Comunista não está prestes a fazer isso.”


“Pode prejudicar Washington”, acrescentou, “que a China tenha suplantado o dólar em um relacionamento com o Brasil ou a Arábia Saudita, ou muitos países que aderiram à iniciativa Belt and Road”, um plano global de desenvolvimento de infraestruturas lançado pela China em todo o mundo em desenvolvimento em 2013.


Pequim desenvolveu uma série de soluções alternativas, incluindo swaps de moeda e o Sistema de Pagamento Internacional da China (sigla em inglês CIPS), uma alternativa ao sistema SWIFT que permite a liquidação internacional em yuan. Embora o volume total de acordos comerciais tenha sido pequeno, 103 países aderiram até agora.


“Tenho certeza que isso os irrita. Washington ama o poder”, disse ele, “e isso é uma ligeira erosão desse poder. Mas não acho que seja um desafio para o dólar como moeda de reserva mundial.”


Em sua opinião, se o yuan chinês conseguisse destronar o dólar, os americanos “de repente teriam menos poder de compra internacional e se sentiriam pobres e seriam pobres... Mas está longe de acontecer”, disse.


Revogar status de país em desenvolvimento


Em 27 de março, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei para revogar o status da China como país em desenvolvimento por 415 votos a 0. O projeto de lei exigiria que o Departamento de Estado dos EUA influenciasse organizações internacionais a designar a China como um país de renda alta, renda média alta ou desenvolvido e suspender o tratamento especial que a China tem desfrutado como país em desenvolvimento em várias organizações internacionais.

Erzati disse que se os Estados Unidos pudessem exercer influência sobre outros países para retirar a China dessa designação, “tornaria um pouco mais difícil para a China manobrar”.


No entanto, ele observou que a China quebrou as regras muitas vezes.


“Portanto, duvido que isso impeça a liderança chinesa de implementar estratégias que apenas a tornariam um pouco mais estranha no cenário global. Se isso acontecerá com a China, duvido muito”, disse Erzati.


Jessica Mao e Olivia Li contribuíram para este relatório.


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