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VW XIV - A Previdência privada funciona

05/04/2019

- Jacy de Souza Mendonça -



Deixei claro na carta aberta, ao assumir a Diretoria de Recursos Humanos, que minha grande preocupação era com a aposentadoria daquele pessoal. Não achava justo que, depois de trabalhar duro 20, 30 anos, ou até mais, alguém fosse forçado a viver na casa dos filhos, sustentado por eles, sem nenhum centavo de seu, pois a aposentadoria pública, do INSS, não cobre sequer as despesas médicas da velhice. Além disso, tinha para mim que grande parte das reivindicações de aumento salarial decorria da consciência da necessidade de poupar para a velhice.

Encontrei dois colaboradores competentes com as mesmas preocupações. Começamos a pensar juntos sobre a solução do problema e concluímos que o mais correto seria contratar uma empresa especializada no assunto, para a elaboração de um projeto. Assim foi feito. Depois de várias reuniões de reflexão, chegamos a um resultado que entendíamos satisfatório.

Levei o trabalho à Diretoria. Meus colegas receberam-no com aplausos, pois participavam das mesmas apreensões e a maioria vinha da matriz, onde esse tema tinha sido abordado e resolvido. Aprovado por unanimidade, fiquei com a incumbência de ganhar também o beneplácito da Diretoria na Alemanha. Lá fui. Outra vez, aplausos pela iniciativa, mas, a final, o Presidente sentenciou: a empresa, no Brasil, vem apresentando déficit e o senhor espera que aprovemos um projeto que nos traz mais despesas e mais riscos... volte quando a empresa retomar a lucratividade.

Minha viagem de volta foi triste passei todo o tempo ruminando sobre o que precisaria fazer para superar o óbice. Ao chegar, convoquei o pessoal da assessoria, junto com meus dois colaboradores, e tracei o rumo: precisamos de um projeto que não represente custo nem risco adicionais para a empresa. Sobre o custo, já tínhamos alguma ideia: reservar parte da verba orçamentária anual destinada a aumentos salariais de mérito e desviá-la para o fundo de aposentadoria, sem nenhum acréscimo, portanto, de despesa. Já a superação do risco futuro ficou a cargo da experiência dos assessores.

Passado algum tempo, voltaram eles com o primeiro projeto brasileiro de aposentadoria baseado na contribuição definida e a capitalização. Fui duas vezes ao Chile para conhecer como o sistema funcionava lá. Enfim, a matriz aprovou!

Nas palestras que fiz ao ensejo do lançamento da ideia, com os dados levantados pelos técnicos, pude mostrar que, se alguém trabalhasse 30 anos na empresa e tivesse feito também uma contribuição (que era voluntária) do mesmo valor que a empresa depositava na conta dele, ao aposentar-se, receberia benefício que, somado ao que iria receber do INSS, equivaleria ao salário percebido no período laboral. Nem todos acreditaram, influenciados pelo fracasso de promessas anteriores, mas quem acreditou (e tenho exemplo na minha família), chegou à aposentadoria sem perceber queda de renda.

Ninguém pode imaginar minha alegria, hoje, ao encontrar um aposentado VW e saber que contribuí para seu bem-estar. Na separação da AUTOLATINA, metade do fundo acumulado foi para a Ford, apesar de meus protestos, mas hoje, o encontro de um ex-empregado daquela empresa, também aposentado e feliz, gera em mim, da mesma forma, uma imensa alegria.

A Previdência Privada Volkswagen é hoje uma potência econômica, séria e eficientemente administrada, a serviço de seus beneficiários.

Viva!

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