EURONEWS - STAFF - 9 MAI, 2021
Passaram mais de três décadas, até ao anúncio, este domingo, pela voz do Papa Francisco. Rosario Livatino foi beatificado em Agrigento, na Catedral da Sicília que o viu nascer. O primeiro juiz a receber esta distinção do Vaticano perdeu a vida aos 38 anos, assassinado pela Cosa Nostra.
Livatino entrou para o ministério público no início da década de 1980. Enquanto procurador, na Sicília, lidou de perto com a atividade criminosa da máfia, fazendo frente à corrupção no setor das obras públicas.
A 21 de setembro de 1990, então juiz, conduzia sem escolta em direção ao tribunal de Agrigento quando o veículo em que seguia foi abalroado por outro carro. Tentou fugir, mas acabaria por ser morto, pelas costas, com vários tiros.
Hoje, o local onde foi morto é assinalado por uma placa onde se lê "Mártir da justiça", um título reiterado por João Paulo II, em 1993, quando reconheceu o magistrado como mártir assassinado "por ódio à fé".
Ainda antes das palavras do Papa, outro episódio pintava de luto a história da Justiça italiana. A 23 de maio de 1992, também o juiz Giovanne Falcone, que trabalhara com Livatino, foi vítima de um atentado à bomba, quando o carro em que seguia explodiu.