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UM VISITANTE ILUSTRE - I

Jacy de Souza Mendonça 06/07/2020


Em conformidade com as regras da VW, ao completar 60 anos de idade, o Presidente de um órgão da administração foi aposentado compulsoriamente e brindado com uma viagem. Escolheu a Amazônia; e sobrou para mim.


Como meu conhecimento da região não era tão grande, conversei com um concessionário VW lá sediado, que me disse estar acostumado a receber essas visitas e poderia cuidar de tudo. seguindo recomendação dele, fiquei descansado.


Recebi, no aeroporto, o personagem com quatro acompanhantes. Pela manhã do dia seguinte, no avião da empresa, viajamos para Manaus. No desembarque estranhei não ver o concessionário; em seguida, dois cidadãos mal trajados, mas teve um contratempos chegaram a mim para informar que ele lamentava por não pôde vir; cuidara, todavia, de todos os preparativos. Tranquilizei os visitantes e acrescentei que faríamos, de início, um tour pela cidade.


Dois carros, antigos VW-Passat, estavam à nossa disposição. Dividimos o grupo. A partida foi, no entanto, tumultuada, pois o motor de arranque só funcionava aos trancos. Discretamente, meu visitante perguntou:


- Não é carro de nosso concessionário VW?


Fui obrigado a inventar uma desculpa...


Partimos. O primeiro objetivo era o Teatro de Manaus, mas para chegar lá devíamos percorrer várias ruas. O elevado índice pluviométrico da cidade tinha cuidado de deixar poças d’água por todos os lados. Como o serviço de limpeza pública não tinha ainda funcionado, ao lixo somara-se o que os cidadãos costumam jogar na rua. Nada disso servia como bom cartão de apresentação para os alemães.


O Teatro de Manaus pode ser motivo de orgulho para a cidade, mas está longe de encantar europeus. Serviu como curiosidade no meio da maior floresta natural do planeta.


Terminada a visita, seguimos para o hotel, passando novamente pelo vexame dos carros com problema no motor de partida. Na chegada, expliquei que nossa próxima etapa seria o encontro das águas, espetáculo conhecido em todo o mundo. As volumosas águas do Rio Solimões e as do Rio Negro, ao se encontrarem, permanecem lado a lado, sem se misturar, por vários quilômetros. Para chegar ao local, o concessionário tinha deixado à nossa disposição sua lancha particular e para ela devíamos nos dirigir. Fui obrigado, no entanto, a prevenir que ninguém deveria permanecer de preto, com paletó, gravata, sapatos lustrados... precisavam de roupas muito leves. Foram todos, então, para seus apartamentos, de onde retornariam em meia hora

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