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Tomada do poder em 6 passos

Luis Alfonso García Carmona



Ainda comovidos pela assombrosa notícia da infame medida de garantia contra Álvaro Uribe Vélez, nos assaltam todo tipo de augúrios sobre o que espera a este desafortunado país.


Não era insensato esperar este desenlace, conhecendo como conhecemos o tipo de magistrados encarregados de decidir sobre a liberdade e a honra deste excepcional patriota, a quem os colombianos tanto devemos. Uma Corte de inimigos políticos do ex-presidente Uribe, atuando de consenso com os defensores da narco-guerrilha das FARC e os cabeças da esquerda radical.


Desde há tempos vimos denunciando o complô das esquerdas nacionais e internacionais para tomar o poder e converter a Colômbia em um Estado socialista, como conseguiram na Venezuela e Nicarágua. Seguiu-se minuciosamente o plano traçado no Foro de São Paulo e dirigido pela ditadura cubana, que compreende 6 passos, a saber:


PRIMEIRO: A partir de 2010, com a posse de Juan Manuel Santos, convencidos de que a luta armada não era um caminho eficaz para chegar ao poder, devido à derrota sofrida pelas mãos do governo da Segurança Democrática e das Forças Militares, os dirigentes socialistas optaram por iniciar um processo de conversações para pactuar um acordo de paz com o governo. Enquanto se adiantavam as conversações, continuaram os planos já iniciados de infiltração do marxismo nos tribunais, nas universidades, nos meios de comunicação. Com enormes somas de dinheiro provenientes do fisco nacional, financiaram-se uma multidão de organizações, publicações e coletivos de todo tipo para promover o acordo de paz, polarizar o país entre amigos e inimigos da paz, e começar a estigmatização da Força Pública.


SEGUNDO: Seis anos depois, em 2016, assinou-se o humilhante acordo, mediante o qual o Governo santista repartia assentos no Congresso, criava para o co-governo com as FARC, um tribunal, a JEP (Justiça Especial de Paz), desenhado para absolver os narco-terroristas e perseguir seus opositores, e a entrega de milionárias somas do orçamento à organização guerrilheira e seus componentes. Não obstante haver sido rechaçado pelo povo no plebiscito de 2017, o governo as ajeitou para substituir a vontade do Constituinte primário e dar ao acordo, com o aval de uns magistrados prevaricadores, a referendação popular que requeria para nascer à vida jurídica. Um golpe de Estado à Democracia e ao Estado de Direito. A esquerda radical havia obtido um poderoso sócio, o santismo, para avançar no caminho do poder.


TERCEIRO: Inventaram, com a cumplicidade da Corte já citada, um procedimento não previsto para reformar grande parte da Constituição, o fast track. Sem nenhum rubor introduziram o pactuado nos ilegítimos acordos, mediante uma via também ilegítima e assim se foi consolidando essa maldita coalizão FARC-santista. A implementação e o cumprimento das obrigações contraídas pelo governo se iniciaram na administração Santos e continuaram na de Duque, contando este em sua lista com inúmeros partidários do SIM no plebiscito e militantes do santismo. À narco-guerrilha, ao contrário, não se lhe exigiu o cumprimento da entrega de menores recrutados, seqüestrados, bens ilícitos, armas, nem tampouco informação sobre rotas do narco-tráfico ou indenização às suas vítimas.


QUARTO: Pela primeira vez em sua história, o socialismo esteve perto de ascender ao poder em 2018 porém, graças à coalizão acordada pelos ex-presidentes Álvaro Uribe e Andrés Pastrana, e ao respaldo das maiorias silenciosas que se opuseram ao acordo de Havana, se frustrou a tentativa comunistoide de se fazer no poder. Porém, uma vez Iván Duque tomou posse, se intensificaram os ataques do populismo radical comandado pelo candidato derrotado, Gustavo Petro, mediante uma seqüência de marchas, tumultos e protestos violentos em diferentes cidades, enquanto os grupos armados das FARC e ELN persistiam em ações terroristas, assassinato de líderes, ataques à força pública e exploração de seu império cocaleiro. Como é natural, tanto os grupos socialistas como seus aliados do santismo nas Corte e no Congresso se opuseram a toda medida que represente ameaça para a consolidação do narco-tráfico, principal fonte de financiamento do movimento.


QUINTO: A primeira confrontação eleitoral, depois da eleição presidencial, foi a eleição de prefeitos, governadores, deputados e vereadores, nas quais foi indiscutível o triunfo dos partidos de orientação marxista, os quais, sozinhos ou em alianças pontuais, tomaram praticamente a maior parte dos governos estaduais e prefeituras, entre elas as das três cidades mais importantes. Foi uma derrota monumental, tanto para o Governo quanto para os partidos que o elegeram. Outro degrau na escalada do poder.


SEXTO: Encorajados com esses triunfos, os dirigentes comunistas se lançaram à reta final consistente em remover os dois obstáculos que ainda se atravessavam em seu caminho até o poder: Álvaro Uribe e as Forças Militares. O danificado e punível ajuntamento com as Cortes e com os comunicadores financiados por Soros e o santismo, foram de dedo em riste contra os militares da Colômbia e contra a instituição militar para anular sua missão de vigilância da Constituição, defesa da soberania e garantia da segurança dos colombianos. Por desgraça, contaram com a atitude condescendente de um governo que, à mais singular acusação proveniente de um jornalista de esquerda, procede a afastar os acusados do serviço sem juízo formal, quer dizer, a condená-los midiaticamente.


Seguiu-se similar estratégia para tirar de circulação um personagem da envergadura de Álvaro Uribe. Sem nenhum respeito pelo devido processo nem pelas normas de hermenêutica da prova judicial, a Corte Suprema de Justiça teve como válidas as acusações de criminosos da pior laia, manipulados por um sinistro personagem, Iván Cepeda, que, segundo afirmação de vários reclusos, dedicou-se a oferecer favores a quem depusesse contra o ex-presidente ou a seu irmão.


Os criminosos das FARC e ELN, seus comparsas dos grupos de esquerda e dos meios de comunicação infiltrados pelo “marxismo cultural” já podem festejar, pois conseguiram o prêmio que lhes faltava: encarcerar seu principal contendor.


Quem não pode dormir tranqüilo somos o resto dos colombianos, pois se cumpriu o processo prolixamente desenhado para a tomada do poder em 2022. Quando vamos acordar? Que outro sinal esperamos para nos dar conta de que vivemos em um regime de transição para a entrega do país aos socialismo?


Só há uma maneira de abortar este horripilante final: que voltemos a nos unir, nós que votamos pelo NÃO no plebiscito e que queremos a Colômbia acima do grupismo que tanto dano nos tem feito. Que convertamos as eleições parlamentares em um verdadeiro plebiscito e votemos unicamente nos que estejam dispostos a eliminar o fatal acordo de paz, a reconstruir o país desde seus pilares e a erradicar o narco-tráfico, a corrupção, o terrorismo, a impunidade e a destruição da família tradicional. Não obstante a imensa tarefa, devemos ter presente a atenção da crise econômica e a perda de emprego de milhares de colombianos. A solução não é quebrar as empresas nem impor mais impostos, nem endividar mais o país, como propõem os castro-chavistas. Há que buscar o dinheiro que se perde na corrupção, a evasão e o clientelismo. Impor austeridade no Estado. Vender ativos para criar emprego. E destinar os 129 bilhões de pesos que custam os compromissos com as FARC para criar posto de trabalho e pagar a dívida das empresas prejudicadas na quarentena.


Tradução: Graça Salgueiro

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