- THE EPOCH TIMES - Nicole Hao - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - 10 MAR, 2022 -
O povo chinês na Rússia reclamou que a guerra causou uma recessão econômica. A turbulência causou esquemas caóticos com pessoas fazendo fila para sacar dinheiro e comprar mercadorias, e o regime está prendendo manifestantes que são contra a guerra.
Eles disseram que os moradores estavam indignados com as consequências negativas da invasão da Ucrânia e continuam a protestar.
“Todos os meus amigos e vizinhos russos me disseram que se opõem à guerra. A maioria do povo russo achava incorreto invadir outro país, não importa o que o outro país fizesse”, disse uma residente chinesa de São Petersburgo de sobrenome Yang à edição em chinês do Epoch Times em 8 de março.
“Todos os dias, muitos manifestantes são presos e muitos novos manifestantes afloram [em São Petersburgo].”
Uma residente chinesa de Moscou de sobrenome Han disse em uma entrevista por telefone em 8 de março que as autoridades começaram a reprimir as vozes dissidentes.
“Agora, em Moscou, a polícia o multará se disser uma frase que se oponha à guerra. A polícia vai detê-lo e prendê-lo se você se atrever a dizer mais”, disse Han. “Ouvi dizer que o Ministério da Cultura russo ordenou que os teatros de Moscou mantivessem silêncio sobre a guerra.”
Tanto Yang quanto Han não se sentiram seguras em falar com a mídia sobre a invasão da Rússia e se recusaram a revelar seus primeiros nomes.
Yang e Han disseram que o povo russo é contra a guerra não apenas por causa da injustiça e desumanidade, mas também porque odeia o pânico que a guerra trouxe à Rússia. Elas disseram que todos na Rússia estão sofrendo muito, embora suas dificuldades sejam mais leves do que as enfrentadas pelo povo ucraniano.
“A economia da Rússia está no inverno. A guerra trouxe a Rússia de volta à década de 1990. O impacto é de longo alcance”, disse Yang. “Nós (Yang e seus amigos russos) não achamos que a economia possa se recuperar nos próximos 10 anos.”
“A desvalorização do rublo russo é muito grave. Já se depreciou em 30%”, disse Han. “As pessoas estão pensando em soluções para manter o valor de suas economias.”
Problemas de dinheiro
Han explicou que a inflação está muito ruim na Rússia e os preços estão subindo rapidamente. Para proteger o valor de suas economias, o povo russo tenta fazer compras com frequência e rapidez.
“Em todos os lugares, você pode ver as pessoas fazendo fila para retirar o dinheiro dos caixas eletrônicos ou dos guichês do banco”, disse Han. “[Depois de conseguir dinheiro], as pessoas correm para os mercados e tentam comprar os bens, não importa se precisam deles ou não.”
Han e seu marido foram a Ashan, uma grande rede de supermercados na Rússia, em 8 de março, e sentiram muita pressão.
“O supermercado é muito diferente hoje [comparado com antes da guerra]. Está cheio de compradores e o semblante de todos está cheio de preocupação”, disse Han. “A quantidade de comida é suficiente e os caixas são gentis, mas todos os compradores e caixas estão em pânico.”
Han disse que as pessoas ao seu redor falavam sobre o progresso da guerra e em quanto tempo a guerra terminaria.
“Meus amigos me disseram que a inflação aumentará cada vez mais no futuro próximo”, disse Han. “Estamos muito preocupadas com o nosso futuro.”
Yang disse que ela e seus amigos russos estavam tentando trocar todos os rublos por dólares americanos.
“O preço oficial de um dólar americano aumentou de mais de 70 rublos [antes da guerra] para 130 rublos hoje. Mas você não pode comprar dólares dos bancos. Eles não vão vender para você”, disse Yang. “Você só pode comprar dólares americanos no mercado paralelo. Hoje, o preço do mercado paralelo [de um dólar americano] aumentou para 200 rublos”.
Em 9 de março, o banco central da Rússia anunciou a proibição de comprar dólares americanos e outras moedas fortes usando rublos pelos próximos seis meses.
Li opera um negócio de transporte de carga em um mercado comercial chinês em Moscou. Ele disse ao Epoch Times em chinês que os empresários do mercado estavam preocupados com o destino dos jovens soldados russos.
“Ouvimos que muitos jovens soldados morreram na linha de frente. Como suas famílias podem enfrentar essas perdas?” disse Li. “Somos todos contra a guerra.”
Nicole Hao é uma repórter de Washington focada em tópicos relacionados à China. Antes de ingressar no Epoch Media Group em julho de 2009, ela trabalhou como gerente de produto global para uma empresa ferroviária em Paris, França.
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