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Pequim reprime vídeos de comilança diante escassez de alimentos

THE EPOCH TIMES - Aug 13, 2020 - Tradução César Tonheiro



Pequim reprime vídeos de glutonaria enquanto país enfrenta escassez de alimentos

13 de agosto de 2020 por Nicole Hao


Dados oficiais chineses confirmaram que a produção de trigo caiu este ano, enquanto o legislativo do Partido Comunista disse que publicaria novas leis para proibir o desperdício de comida, indicando ainda que o país estava enfrentando uma escassez de alimentos.


O líder chinês Xi Jinping emitiu uma diretiva sobre o desperdício de comida por meio da mídia estatal Xinhua em 11 de agosto, na qual ele disse: “o fenômeno do desperdício de alimentos é chocante e angustiante [na China ]”. É a segunda vez nas últimas semanas que Xi faz comentários sobre as questões alimentares do país.


Em 26 de julho, a Xinhua publicou outra mensagem de Xi, na qual ele dizia às autoridades para tratar “o fornecimento de alimentos como a primeira prioridade da governança local”.


Depois que Xi emitiu suas novas instruções, personalidades populares online conhecidas por seus “mukbang”, ou transmissões de vídeo delas mesmas comendo grandes quantidades de comida, foram criticadas pelas plataformas de mídia social chinesas.


Em uma reportagem de quarta-feira, o jornal estatal Hongxing News citou um executivo de Douyin — a versão chinesa do popular aplicativo de compartilhamento de vídeo TikTok — que a plataforma excluiria esses vídeos e removeria as contas dos usuários se eles promovessem a comilança.


Várias contas de mídia social e vídeos de personalidades chinesas famosas “mukbang” foram removidos na quinta-feira.


Enquanto isso, os governos locais também emitiram novas regras para restringir a quantidade de comida que as pessoas podem pedir nos restaurantes.


Por exemplo, em Wuhan — marco zero da pandemia do vírus PCC — decidiu em 11 de agosto que as pessoas deveriam pedir refeições “N-1” em restaurantes, ou seja, se dez pessoas estivessem sentadas, elas deveriam pedir apenas nove refeições. Se a refeição for de duas a três pessoas, os restaurantes devem estimular os clientes a pedir porções pela metade, de acordo com a regra.


Escassez de alimentos


Na China, os agricultores só vendem grãos para o governo. As empresas de alimentos, então, compram safras do governo para transformá-las em produtos alimentícios.


Os dados oficiais podem, portanto, ser um indicador de quantas safras os agricultores colheram.


A Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas da China anunciou na quarta-feira que comprou 42,857 milhões de toneladas métricas de trigo dos agricultores neste verão, o que representa 9,383 milhões de toneladas métricas, ou cerca de 18%, menos que no mesmo período do ano passado.


Os dados incluíram uma redistribuição parcial para várias províncias. Entre eles, o governo central comprou 36,061 milhões de toneladas métricas de cinco províncias que são as principais áreas de produção de trigo do país — cerca de 10 milhões de toneladas métricas a menos que no ano passado.


Os dados não incluem outras províncias que produzem trigo, como Shaanxi, Shanxi, Mongólia Interior, Gansu, Xinjiang, Qinghai e as três províncias do nordeste da China. Mas essas regiões recentemente sofreram secas.


Tang Jingyuan, comentarista de assuntos da China baseado nos EUA também observou que os dados das autoridades não são confiáveis, o que significa que o declínio real na produção de trigo pode ser ainda maior.


Este ano, com inundações históricas atingindo 27 províncias chinesas, além de invasões de pragas e atrasos relacionados à pandemia, o país está produzindo menos grãos.


Mas pode ser difícil importá-los de outros países.


Em abril, Índia, Tailândia, Vietnã e Bangladesh anunciaram proibições de exportação de arroz, devido a interrupções logísticas devido a bloqueios relacionados ao COVID-19 ou escassez de abastecimento local. Índia e Tailândia são os dois maiores exportadores de arroz do mundo.


E na quinta-feira, a Comissão de Assuntos Legislativos do aparelho comunista chinês disse que estava preparando novas leis para prevenir o desperdício de alimentos, incluindo a regulamentação de todo o processo de produção de alimentos — plantio, armazenamento, transporte e assim por diante.


Isolacionismo?


O comentarista Tang analisou que as novas leis indicam que há um problema de abastecimento de alimentos — e que o Partido deseja estabelecer uma cadeia de produção apenas doméstica de alimentos para não depender de importações estrangeiras.


Ele disse que a decisão de Pequim de promulgar leis — em oposição a diretivas de curto prazo — sinalizam que o regime chinês quer criar um sistema alimentar autossuficiente e se isolar do mundo.


A realidade é “a China não pode se alimentar sozinha agora. Ela precisa dos grãos importados”, disse Tang.


Questionado sobre por que as autoridades centrais emitiram as políticas alimentares recentes, Yang Bin, economista e vice-presidente da elite da Universidade Tsinghua da China, disse à mídia afiliada ao Epoch Times NTD que “a intenção [do líder chinês Xi Jinping] é separar a China do mundo. Ele planeja cortar as conexões com o mundo para evitar todas as possíveis sanções [contra a China]”, disse Yang em entrevista por telefone.


Os Estados Unidos sancionaram recentemente as autoridades chinesas por seu papel na erosão das liberdades em Hong Kong e nos abusos dos direitos humanos contra muçulmanos uigures que residem na região de Xinjiang.


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