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O que explica a recuperação econômica em meio ao avanço da pandemia?

- DIÁRIO DO COMÉRCIO - 28/6/2021 - Instituto Gastão Vidigal -

Alta nos preços das commodities agrícolas e metálicas, além da adaptação dos segmentos econômicos ao novo ‘modus operandi’ do consumidor, ajudam a explicar o avanço do PIB

A economia brasileira apresentou um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) durante o primeiro trimestre mais intenso do que esperavam os analistas de mercado. Num contexto de recrudescimento da pandemia, o que explicaria essa surpreendente resiliência da atividade econômica?


Em primeiro lugar, tem-se um efeito chamado de carrego estatístico (carry over), ou seja, o resultado positivo, que advém do contraste do resultado atual com o mesmo período de 2020, ano em que o PIB caiu 4,1%, e que, portanto, constitui uma base fraca de comparação. Em outras palavras, numericamente, é mais “fácil” crescer sobre uma base que apresentou diminuição.


Contudo, não se trataria apenas de um efeito estatístico, pois, em segundo lugar, parte da elevação da atividade econômica teria sido causada pelo redirecionamento do consumo de serviços para os bens duráveis, devido às medidas de isolamento social, propiciando a recuperação do varejo e da indústria. Este último setor também está sendo impulsionado pelo baixo nível dos estoques.


Outro fator de recuperação teria sido o aprendizado sobre como operar no novo contexto, lançando mão das vendas eletrônicas e de estruturas de delivery, por parte de vários segmentos do comércio e dos serviços prestados às famílias, principalmente bares e restaurantes.


Além disso, a intensa retomada da economia mundial está provocando elevações dos preços das commodities agrícolas e metálicas, gerando crescimento da produção agropecuária e da indústria extrativa, redundando em forte expansão das exportações. Essa expansão, aliada aos aumentos da taxa de juros básica (Selic), tem contribuído para a redução da taxa de câmbio, que atenua os impactos inflacionários da valorização das matérias primas.


A surpresa positiva do PIB e os resultados favoráveis de abril têm levado a uma revisão para cima das projeções de crescimento em 2021, que, em alguns casos, chegam a superar 5,0%. Entretanto, existem alguns riscos que poderiam arrefecer a retomada da economia durante os próximos meses.


O primeiro deles diz respeito à evolução da pandemia, conjugada com a lentidão do processo de vacinação, que poderiam levar a novas restrições de mobilidade, prejudicando principalmente os serviços.


Outro risco relevante é o hídrico-energético, decorrente da escassez de chuvas, que continuaria pressionando as tarifas elétricas, provocando redução da atividade, diretamente pelo aumento dos custos de produção.


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