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O MUNDO ABERTO DAS INCERTEZAS

Jorge E. M.Geisel* - 19 Mar, 2017 -


Como ressaltava Rui Barbosa, não sabemos se as estátuas riem...

“Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz de suportar”. Immanuel Kant

Kant, nascido em 1724 e falecido em 1804, filósofo prussiano e considerado como o principal filósofo da era moderna, teorizou uma síntese entre o racionalismo continental, e a tradição empírica inglesa, talvez mudasse de opinião sobre a avaliação da Inteligência diante das incertezas, substituindo-a pela passividade aliada à burrice, diante da confluência monumental de informações e contrainformações disponibilizadas nas incontáveis redes de comunicação social, propiciadas pela Cibernética. Ninguém poderia imaginar, nos séculos 18 e 19, o caos planetário promovido pela marcha destrutiva da piedade cretina sobre o merecido respeito.

No Brasil do Século XXI, 516 anos após a chegada de Pedro Álvares Cabral, que muito pouco descobriu nas incertezas náuticas da época, continuamos avassalados por um Estado ficção duvidoso. Cerceados por cartas-régias, ordenações, bandos, súmulas e regulamentações gerais, chegamos à situação crítica onde nos encontramos, diante de encruzilhadas constituídas por becos sem saídas e avenidas esplêndidas dotadas de armadilhas e anúncios iluminados de privilégios odiosos a serem observados, sob o látego dos terrorismos da insegurança jurídica, política, social e individual, em rumo incerto e perigoso.

No cenário internacional, as incertezas, também, são multiplicadas, aos quatro ventos cardeais.


No Ocidente, temos um presidente americano que usa o medíocre twitter para dizer o que não deveria ser dito. Dotado de um coração valente, avisa aos adversários por onde irá atacar. Imagina ser o mundo tal e qual aquele universo pequeno e voluntarioso de suas atividades empresariais...

Na Alemanha, a locomotiva de uma união continental sonhada pelo totalitarismo de Hitler, tem como parceira a França nuclear, uma prima-dona envelhecida pelas orgias do passado e hoje cafetinizada pelas ideologias desastrosas de uma esquerda sonâmbula. A pátria unificada de Merkel, desde 1870 e, novamente, depois da queda do Muro de Berlim, sob duras penas, e sua colega sapeca francesa, num atentado ao bastante que havia restado da melhor cultura mundial, abrem os portões de suas fronteiras para abastardar seus povos e de seus vizinhos, com a inclusão de multidões incontáveis de refugiados africanos e do Oriente Médio. Diga-se, sob a orientação irresponsável de uma ONU, constituída majoritariamente por aqueles que pouco se importam com o destino da Europa Ocidental, desde que encontrem países hipócritas prontos a pagar pela mula roubada... O Reino Unido, em sua sabedoria vetusta, soube separar-se de uma União continental aberta aos infortúnios das incertezas.

Na Ásia, vê-se a China administrada pela nova estratégia comunista em deletar o Capitalismo, utilizando-se dele mesmo, para enfraquece-lo passo a passo, num jogo de xadrez, por tempo ilimitado, nas relações do mercado globalizado. Dispondo da Coréia do Norte, como seu campo de ameaça militar dinâmica contra as forças americanas estacionadas em alianças vizinhas, promove o incremento do fantástico déficit dos EUA e do qual é seu maior credor – por direito e pelo seu indireto incremento.

Na Federação Russa, administrada por um eficiente e sagaz Putin, um novo czar em perspectiva, repousam riquezas imensuráveis de seu vastíssimo território, ocupado por uma população absolutamente desproporcional ao enorme espaço geográfico disponível. O Ocidente, capitaneado pelo colosso americano, graças á cegueira das incertezas dominantes na cachola de Obama, um mulato transformado em negro pelas incertezas das classificações racistas e dos interesses mediáticos, e de seus pupilos da Esquerda mundial, acreditou que o enfraquecimento de Putin tratava-se de um interesse estratégico ocidental. Poucos se deram conta de que a melhor forma de conquistar a Rússia indomável, seria a de agrupá-la ao Ocidente, na defesa contra o islamismo radical e o perigo potencial da China comunista. Os europeus ocidentais, administrados pelas incongruências de uma União não federalizada, não se deram ainda conta de que se Putin fechasse os registros de gás, suas economias e seguranças de inverno estariam gravemente comprometidas.

E as incertezas continuam sobrepujando as certezas, que deveriam governar a racionalidade

dos terráqueos metidos a seres supremos. Seus melhores exemplos, simplesmente esverdeiam no limo das memórias. Como ressaltava Rui Barbosa, não sabemos se as estátuas riem...

*O autor é Advogado

Editado em 19/03/2017




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