- THE EPOCH TIMES - Michael Washburn e David Zhang - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - 9 ABR, 2022 -
Os bloqueios da China podem ser em parte uma manobra para adulterar as cadeias de suprimentos, destacando a dependência dos EUA
O bloqueio extremamente rigoroso que as autoridades de Pequim impuseram a Xangai e outras cidades nas últimas semanas pode ter como objetivo enviar uma mensagem aos Estados Unidos e às potências alinhadas sobre suas dependências das cadeias de suprimentos chinesas, disse Brian McCarthy, estrategista-chefe da empresa de investimentos Macrolens LLC. .
O bloqueio de duas fases em Xangai começou a entrar em vigor em 28 de março e ainda não foi suspenso. As autoridades chinesas a implementaram desafiando as projeções de que custaria à economia chinesa US$ 29 bilhões em apenas duas semanas. Mas o custo para os Estados Unidos e nações alinhadas pode ser ainda maior, na visão de McCarthy.
Falando ao programa “China Insider” da EpochTV em 4 de abril, McCarthy disse que as interrupções nas cadeias de suprimentos globais são particularmente problemáticas e tornam as fraquezas dos EUA ainda mais evidentes em um momento em que a inflação está aumentando. McCarthy sugeriu que as autoridades chinesas estão plenamente conscientes dos problemas econômicos dos Estados Unidos e escolheram esta conjuntura para ilustrar as vulnerabilidades da economia americana.
“Estamos realmente mal equipados para lidar com qualquer outra interrupção na cadeia de suprimentos. Então, você sabe, eles realmente nos deixaram em apuros, [especialmente] com o COVID-19 ”, disse McCarthy.
Mas McCarthy não chegou a culpar o surto do vírus pela malícia ou má gestão do Partido Comunista Chinês, como alguns fizeram.
“Acho que, em última análise, foi um ato da natureza, não acho que foi feito de propósito, mas claramente deixou a China em uma posição muito mais forte em relação ao Ocidente, que está lidando com cadeias de suprimentos paralisadas, e parece que estaremos aumentando drasticamente os preços de alimentos e energia”, disse ele.
McCarthy sugeriu que o líder chinês Xi Jinping procurou enfatizar o fato da dependência ocidental das cadeias de suprimentos da China para se alavancar enquanto continua a perseguir uma agenda expansionista visando Taiwan em particular. Falhas em enfrentar Xi no passado encorajá-lo-á a tomar mais ações agressivas em 2023, 2024 ou 2025, disse McCarthy.
“Veja o que aconteceu em Hong Kong. Os Estados Unidos não deram a Xi Jinping muito mais do que um tapa no pulso por destruir efetivamente qualquer aparência de democracia em Hong Kong”, disse ele.
Por tudo o que Xi pode querer para ilustrar as fraquezas dos EUA, a economia da China tem sérios problemas próprios, centrados em grande parte em um setor imobiliário baseado fortemente no crédito. McCarthy disse que espera ver um declínio contínuo no volume de negócios e nos preços no setor imobiliário.
“O setor imobiliário é a principal forma de garantia contra todo o crédito na China. Portanto, há ventos contrários muito severos para a criação de crédito. E apesar das pressões inflacionárias externas, a dinâmica interna na China será fortemente deflacionária”, disse McCarthy.
McCarthy descreveu uma economia fortemente centrada em uma bolha imobiliária comprometida. Pessoas em toda a China pagaram por ativos que atualmente valem cerca de 30% de seu preço de compra, disse ele.
“Eles desperdiçaram muitos recursos reais, construindo coisas que ninguém vai usar. Essa é uma realidade que não há duas maneiras de contornar”, disse ele.
Michael Washburn é um repórter de Nova York que cobre tópicos relacionados à China. Ele tem formação em jornalismo jurídico e financeiro, e também escreve sobre arte e cultura. Além disso, ele é o apresentador do podcast semanal Reading the Globe. Seus livros incluem “The Uprooted and Other Stories”, “When We’re Grownups” e “Stranger, Stranger”.
David Zhang é o apresentador do China Insider na EpochTV. Ele está atualmente baseado em Nova York e Washington DC cobrindo notícias relacionadas à China. Ele se concentra em entrevistas com especialistas e comentários de notícias sobre assuntos da China, especialmente questões relacionadas ao relacionamento EUA-China.