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Fábricas se mudaram da China para o Vietnã e Camboja deixando uma massa de desempregados

- THE EPOCH TIMES - Nov 3, 2020 -

Alex Wu - Tradução César Tonheiro -


Onda de fechamentos de fábricas atinge Shenzhen

3 de novembro de 2020 por Alex Wu


Após a visita do líder chinês Xi Jinping a Shenzhen há duas semanas, na qual enfatizou Shenzhen como um motor para impulsionar a economia da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, os habitantes locais levantaram preocupações ao Epoch Times de que as fábricas continuem a se mover para fora ou tem encerrado suas atividades na zona industrial, e se tornou cada vez mais deprimida.


Alguns analistas afirmam que isso indica que a estratégia de “circulação econômica interna” promovida por Xi não será suficiente para substituir os pedidos de exportação que vinha impulsionando o crescimento de Shenzhen.


As empresas na área da Grande Baía esperavam que os pedidos de exportação para a próxima temporada de férias rejuvenesceria a economia. No entanto, as encomendas de feriados que caracterizaram os anos anteriores ainda não foram vistas.


Um vídeo online capturou as ruas vazias de um parque industrial local no distrito de Bao'an, Shenzhen - um lugar que já foi movimentado com pessoas que oferecem e procuram empregos. O vídeo mostrou alguns trabalhadores demitidos apontando para fábricas vazias que foram fechadas recentemente.


Internautas comentaram que a cidade, que costumava ser um centro industrial de classe mundial, agora vê fábricas fechando permanentemente todos os dias.



Depressão econômica


Wu Xin (pseudônimo), gerente de uma empresa de abastecimento e marketing de alimentos em Guangdong, disse ao Epoch Times que muitas zonas industriais em Guangdong e Shenzhen estão passando por uma depressão.


Desde abril e maio deste ano, após a eclosão do SARS-coV-2 (Covid-19), um grande número de empresas, como hotéis, lojas e fábricas, decretou falência. Até as populares e lucrativas fábricas de jade e jóias afins da cidade de Shantou, na província de Guangzhou, fecharam ou se mudaram.


Wu Xin disse que o fator impulsionador do êxodo são os altos salários e os aluguéis altos. O aluguel comercial, especialmente para galpões de sublocação de segunda e terceira mão, não está diminuindo apesar da crise econômica, deixando as empresas incapazes de manter as operações.


Zeng, um trabalhador migrante da província de Jiangxi, ao norte de Guangzhou, que trabalha na indústria de limpeza doméstica, passou por muitos altos e baixos na economia chinesa. Mas ele disse que a situação econômica negativa para ele recentemente se tornou mais óbvia.


“Por causa da desaceleração do setor, muitas pessoas têm menos renda. Também afetou meu trabalho e meu salário. Em outubro deste ano, minha renda era cerca de 1/3 a 1/4 menor em relação ao ano passado”, disse Zeng.


Fábricas se mudaram para o Vietnã e Camboja, deixando uma massa de desempregados 


O Epoch Times  relatou anteriormente que, desde o início das negociações comerciais EUA-China, empresas estrangeiras estão migrando para fora da China.


“Muitos fabricantes se mudaram para o Vietnã e Camboja”, disse Wu Xin. “Os custos gerais de mão-de-obra são relativamente baixos. Além disso, com as atuais sanções dos EUA, muitos produtos fabricados na China estão sujeitos a restrições. Portanto, muitos fabricantes chineses também se mudaram para o Vietnã.”


Zeng disse que a emigração de fábricas teve um impacto maior sobre aqueles que ganham menos.


“Muitos trabalhadores comuns estão enfrentando o desemprego”, disse ele. “Se a fábrica encerrar, os trabalhadores de baixo custo terão problemas.”


De acordo com os resultados da pesquisa de 2020 da Grande Baía da China, anunciada pelo Standard Chartered Group em 27 de outubro, 43% das empresas estavam considerando a emigração devido às tensões nas relações comerciais sino-americanas e à pandemia COVID-19. Além disso, quase 25% das empresas pesquisadas também consideravam a emigração por outros motivos. No total, quase 70% das empresas estavam considerando transferir sua capacidade de produção para fora da China.


A 'circulação interna' de Xi não consegue compensar as perdas


O economista de Taiwan, Wu Chialung, disse ao Epoch Times que os resultados da pesquisa indicam que a China tem perdido encomendas estrangeiras, especialmente as do mercado dos EUA. Ao mesmo tempo, a demanda doméstica não pode preencher o vazio deixado pela queda na demanda externa.


“Isso reflete que a circulação interna [estratégia de Xi] está sob muita pressão. A demanda interna não é suficiente para compensar a perda de encomendas externas. Pesando a deterioração do ambiente geral de negócios na área, as empresas só podem optar por se retirar”, disse Wu Chialung.


Quando questionado se obteve algum apoio da comunidade empresarial para as políticas de Xi, Wu Xin disse que não, acrescentando que as empresas em Shenzhen não receberam nenhum apoio após a visita de Xi.


Wu Xin acrescentou: “As pessoas aqui são geralmente pessimistas. O pior caso é a [estratégia] da circulação interna. Então o país se tornará outra Coreia do Norte.


“As pessoas se preocupam em voltar à era da 'Comuna do Povo' e da 'Cooperativa de Suprimento e Marketing'”, disse ele. A cooperativa foi uma era que durou desde o nascimento da China comunista até a reforma e abertura da economia em 1978, durante a qual o governo comunista controlou rigidamente a economia e as pessoas viviam na pobreza.


Chen Han e Lin Cenxin contribuíram para o relatório.


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