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Entrevista A Um Grupo de Alunos de Filosofia de Olavo de Carvalho - PARTE III

- HEITOR DE PAOLA - SEM DATA -


Admito que meu pensamento não vá às profundidades do Olavo, nem meu conhecimento seja tão amplo e erudito como o dos dois. Mas não creio que Dugin seja fértil, nem que consiga ‘conciliar de forma aparentemente impossível tendências das mais diversas origens num sistema lógico e dialético completamente diverso’porém constrói uma salada mista incompreensível. Talvez eu me ‘limite aos aspectos mais externos de sua obra’. Já me encontrei com autores assim na psicanálise e concluí que é perda de tempo tentar aprofundar o entendimento.


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ENTREVISTA A UM GRUPO DE ALUNOS DE FILOSOFIA DE OLAVO DE CARVALHO III
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8- O que o senhor destacaria no debate entre o professor Olavo e Aleksandr Dugin? Estaria Dugin colhendo informações? Estaria Dugin falando em "guerra contra o Ocidente" apenas para camuflar uma estratégia cultural e/ou de infiltração em instituições como os órgãos chamados "multilaterais", e nos mais representativos setores e instituições dos outros dois eixos globalistas (Consórcio e Islam)?


Primeiro, devo esclarecer que meus conhecimentos filosóficos são limitados, dedico-me mais à política internacional, à Constituição Americana e suas causas e conseqüências, e à história, particularmente da Inglaterra, a Idade Média e os anos entre as duas guerras mundiais. Segundo, não acompanhei o debate no seu todo porque em minha primeira opinião o Dugin é um sujeito delirante e não tenho a paciência do Olavo para discutir com um cara assim. O que eu destaco é a participação do Olavo, a do Dugin só li parte da primeira intervenção e fui buscar seu nome no Google: as referências que encontrei lá só confirmaram minha primeira impressão: é um charlatão pretensioso e narcísico. Para saber mais do debate fui ao excelente blog informativo http://debateolavodugin.blogspot.com/.



Não concordo com Ricardo Almeida quando diz: “para não abrirmos indefinidamente o abismo entre eles, é preciso lembrar, pelo menos, um ponto de contato. Este ponto consiste na presença marcante da escola tradicionalista como influência intelectual para ambos ... Do mesmo modo, Dugin absorve a influência de Guénon, mas a cruza com a de autores diversos como Ernst Junger, Novalis, e Karl Marx, por exemplo, em síntese fértil”. Na apresentação de Duguin, Giulano Morais cita Limonov a respeito de Dugin: "Ele é um homem paradoxal que pode sustentar dez pontos de vista ou mais ao mesmo tempo e isso, ao contrário do que pareceria à primeira vista, trata-se de um elogio de Limonov à habilidade de Dugin de conciliar de forma aparentemente impossível tendências das mais diversas origens num sistema lógico e dialético completamente diverso e muitas vezes incompreensível para quem se limita aos aspectos mais externos de sua obra”.


Admito que meu pensamento não vá às profundidades do Olavo, nem meu conhecimento seja tão amplo e erudito como o dos dois. Mas não creio que Dugin seja fértil, nem que consiga ‘conciliar de forma aparentemente impossível tendências das mais diversas origens num sistema lógico e dialético completamente diverso’porém constrói uma salada mista incompreensível. Talvez eu me ‘limite aos aspectos mais externos de sua obra’. Já me encontrei com autores assim na psicanálise e concluí que é perda de tempo tentar aprofundar o entendimento.


Para completar a resposta não creio que Dugin estivesse buscando informações, pessoas deste tipo não o fazem por se considerarem oniscientes. Por último, existem três eixos globalistas: o anglo-americano e atlanticista (Tavistock, Trilateral, CFR, Bilderberg, as principais Fundações e suas ONGs), o Eurasiano e o Islâmico. Todos estão unidos contra as noções ocidentais de moralidade, religião, liberdade de pensamento, o rule of Law e, menos importante, a democracia como sistema eleitoral, e a substituição por um grupo ’seleto’ não elegível nem responsável perante ninguém a não Sr a si mesmos.


9- O livro O Eixo do Mal Latino Americano é uma grande pesquisa e leitura indispensável para o nosso Núcleo de Estudos Estratégicos. O que você recomenda como método de pesquisa e critério de credibilidade em termos de fontes de informação?


Lamento, mas não tenho método de investigação nenhum, sou tão somente um ávido leitor de tudo que me passa pela frente e daí vou tirando minhas conclusões. Só sou metódico quando estou preparando um artigo de fundo. Aí, pesquiso durante algum tempo tudo que posso referente ao tema. Em minha opinião, lendo muito sobre tudo, vai-se desenvolvendo uma espécie de seleção inconsciente do que tem ou não credibilidade. No entanto, há um método do qual tenho me valido muito: se um livro ou artigo me desperta atenção vou ao índice de referências e compro ou procuro na internet aquelas fontes que valeram ao autor.


10- Como funcionavam as pesquisas no Centro de Estudos Ibn Khaldun, do qual fez parte junto do professor Olavo de Carvalho?


Infelizmente foram apenas duas reuniões. Como nós defendemos os ricos e poderosos, e não os pobres e oprimidos, faltou verba já para a terceira reunião. Os debatedores foram convidados pelo Olavo e as reuniões duravam um dia inteiro e as discussões eram tanto quanto possível, informais. Os temas eram escolhidos pelo Olavo ou sugeridos por qualquer um de nós, foi decidido que uma maior sistematização iria se desenvolvendo. Os textos eram distribuídos previamente e um de nós escolhido para apresentar uma síntese. Na primeira, em São Paulo, discutimos uma síntese do livro de Carroll Quigley “Tragedy and Hope” e o “New Lies for Old” de Anatoliy Golitsyn. Na segunda o segundo livro de Golitsyn “The Perestroika Deception” e de Suzanne Labin “Em Cima da Hora”, com Introdução de Carlos Lacerda.


11- Como você analisa os recentes ataques ao professor Olavo de Carvalho nos EUA e na mídia brasileira simultaneamente e ainda a perseguição ao Julio Severo por parte dos movimentos gays? É possível estabelecer uma estrutura única e integrada por trás destes acontecimentos?


Não tenho provas, mas acredito que sim. Embora a perseguição ao Júlio seja muito antiga e agora a bola da vez aqui é a psicóloga Rozângela Alves Justino que ousou dizer que curava homossexuais, suprema arrogância! [1] Como falei sobre a existência de redes que se intercomunicam na resposta acima (7-3) é difícil imaginar uma tão grande coincidência. Notem que o Olavo é Editor do Mídia Sem Máscara, o Júlio é um dos principais colaboradores. As redes de ONGs comunistas, que incluem a social-democracia tucana (quem abriu caminho para elas), as do movimento gay, as de direitos humanos, as do movimento negro, e várias outras, sempre atuam coordenadamente. Eu não me espantaria se houvesse coordenação com a “primavera” árabe e os movimentos “ocupem” Wall Street e, como dizia numa faixa: “Ocupem tudo!”.


O Olavo já é alvo de ataques inclusive à sua honra a de seus familiares há muitos anos. Certamente vocês leram o Imbecil Coletivo I. Neste livro de estréia no estilo crônicas, ele mexeu com os brios das mais sacrossantas figuras da “intelectualidade” brasileira e, como eles são um coletivo mesmo e o Olavo era o “time do eu sozinho”, só podia dar no que deu! Por outro lado, pessoas como que nem o conheciam se acercaram dele, pois reconheciam a verdade do que ele falava.


Um amigo e colega psicanalista escreveu há muitos anos no Globo, onde ele tinha uma coluna semanal op-ed, um artigo dizendo que homossexualidade tem cura, se referindo a várias pessoas e mães aflitas com a possibilidade de serem homossexuais. Foi o último artigo dele lá, recebeu várias ameaças de morte contra ele e sua família. O meu comentário e de outros sequer foi publicado na carta dos leitores. Mas as críticas saíram às dezenas. Ele enfrentou uma enorme hostilidade mesmo dentro das sociedades psicanalíticas. Não foi em frente porque perdeu a coluna e ainda não existiam emails e blogs.


Agora imaginem um “chato” como o Júlio que vai em frente!


12- Que tipo de leituras você recomenda para estar bem informado sobre o avanço do globalismo na América Latina hoje? O que é mais confiável no que diz respeito a fontes de informação?


A principal fonte é o blog NOTALATINA da nossa Graça Salgueiro. No Brasil é praticamente a única fonte confiável. Na Colômbia o programa de Lodoño La Hora de La Verdad e os artigos e livros do Coronel Villamarin Pulido (sempre os publico traduzidos pela Graça e tenho até uma seção do meu site mas os livros podem ser adquiridos através do site do próprio www.luisvillamarin.com). Na Venezuela temos as publicações de UNOAMÉRICA e do Alejandro Esclusa (artigos e livros). Do Chile, com algum cuidado, a ONG Libertad y Desarollo (http://www.lyd.com/). Os artigos de Armando Ribas para economia, liberalismo e constitucionalismo. Por contraste é bom visitar com certa regularidade o Granma (http://www.granma.cu/), faço isto freqüentemente para saber o que pensam os ‘camaradas’. É muito instrutivo e menos evasivo que a imprensa brasileira, que tenta disfarçar sua ideologia! Os melhores jornais da América Latina em termos de neutralidade são o La Nación (Buenos Aires) e o El Mercúrio (Santiago).


No meu livro as fontes de referência são bem confiáveis.





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