top of page

Entrevista A Um Grupo de Alunos de Filosofia de Olavo de Carvalho - PARTE II (BAIXE O WORD DOC)

- HEITOR DE PAOLA - 31 DE DEZEMBRO, 2011 -


Recomendo um estudo aprofundado de Gramsci para entender o papel revolucionário da mídia. Sua participação é principalmente no sentido de atingir o “senso comum modificado”. Como já escrevi: “Até então, a conquista da hegemonia – entendida como aceitação e concordância das massas com o comunismo – era resultado da conquista do poder do aparelho político do Estado pelo “partido de vanguarda” e, depois disto, a imposição pela força da ideologia totalitária. Gramsci, percebendo a inutilidade deste esforço na URSS, onde a repressão era constante e tendia a se eternizar, inverteu a fórmula: é necessário conquistar a hegemonia antes da tomada do poder que, neste caso, viria a ser “indolor”, pois as massas já estariam pensando e agindo dentro das amarras comunistas do pensamento e a conquista do poder seria quase rotineira.



ENTREVISTA A UM GRUPO DE ALUNOS DE FILOSOFIA DE OLAVO DE CARVALHO II
.docx
Download DOCX • 26KB

5- Como a ameaça do islamismo se dá no Brasil hoje? Há estudos seus aprofundados sobre o assunto sendo feitos no país?


De três maneiras, principalmente:


1- a invasão, digamos “oficial” de muçulmanos falsamente “moderados” que já contam com um número expressivo de adeptos principalmente em São Paulo.


2- pela incursão secreta de terroristas através da Tríplice Fronteira contando com o apoio financeiro e logístico da população árabe já instalada. Diferentemente do resto do Brasil onde a imigração árabe se deu predominantemente por parte de libaneses católicos ou maronitas, que convivem muito bem com as diferenças culturais e de credo, lá a imigração é preponderantemente de muçulmanos, muitos “palestinos” com passaportes falsificados de países árabes, ou do Irã.


3- pela invasão semi-aberta dos países do Foro de São Paulo, principalmente a Venezuela que já possui tratados militares com o Irã. Recentemente o MERCOSUL reconheceu a “palestina” como Estado Independente e o retorno de Israel às fronteiras de 1967, sugestão original de Obama que se tornou “palavra de ordem” anti-sionista.



Falei acima de falsamente moderados porque basta ler o Corão e alguns Haddithim para verificar que isto é impossível. Estes são apenas a ponta de lança da ofensiva, trazendo uma mensagem falsa de paz e, quando crescem suficientemente em número, entra o grosso da tropa [i]. É a mesma coisa que acreditar que existe uma centro-esquerda moderada – social-democratas, por exemplo: seus objetivos são os mesmos, só varia a velocidade, como disse Chávez quando Lula foi criticado num Fórum Social Mundial em Porto Alegre: enquanto eu dirijo uma Ferrari, Lula só pode, por conveniência, dirigir um Fusca!


6 - No nosso grupo, precisaremos colher informações na grande mídia e também tratar com desinformação e manipulações de toda espécie. Como especialista, você consegue identificar técnicas de psicologia sendo aplicadas pela mídia de massa para a modelagem comportamental e para a aceitação de um ideário útil aos grupos globalistas? Quais seriam estas técnicas, e o que deveríamos saber sobre elas?


Eu começara a escrever um artigo sobre a mídia, especificamente as Organizações Globo e a modificação do senso comum. Então sairão primeiro aqui as linhas gerais.


Recomendo um estudo aprofundado de Gramsci para entender o papel revolucionário da mídia. Sua participação é principalmente no sentido de atingir o “senso comum modificado”. Como já escrevi: “Até então, a conquista da hegemonia – entendida como aceitação e concordância das massas com o comunismo – era resultado da conquista do poder do aparelho político do Estado pelo “partido de vanguarda” e, depois disto, a imposição pela força da ideologia totalitária. Gramsci, percebendo a inutilidade deste esforço na URSS, onde a repressão era constante e tendia a se eternizar, inverteu a fórmula: é necessário conquistar a hegemonia antes da tomada do poder que, neste caso, viria a ser “indolor”, pois as massas já estariam pensando e agindo dentro das amarras comunistas do pensamento e a conquista do poder seria quase rotineira. Só então o poder político eliminaria todas as resistências “burguesas” com o pleno apoio das massas, previamente convencidas de que o governo é o seu legítimo representante. A importância dos intelectuais nesta tarefa de doutrinação das massas é fundamental. O foco de “classe” muda completamente dos proletários para os “intelectuais”, a nova “vanguarda revolucionária”. Não se trata de uma “revolução proletária”, mas sim de uma revolução dos intelectuais com os proletários a reboque. Gramsci simplesmente assume o que a revolução comunista sempre foi: uma revolução de elite travestida de popular”. Citei de Olavo, com algumas alterações: “O conceito de intelectual, no entanto, sofre uma ampliação semântica: passa a ser a totalidade dos indivíduos, com qualquer nível de instrução que possam atuar na propaganda ideológica. Publicitários, jogadores de qualquer esporte, professores de qualquer grau, contadores, funcionários públicos graduados ou de estatais, profissionais da imprensa, do show-business, sambistas, roqueiros. É impressionante a empáfia com que estes falam, ou melhor, pontificam sobre qualquer assunto e é incrível como a população dá tanta importância a eles permitindo que possam agir como agentes transformadores da consciência e do senso comum, popularmente conhecidos como “formadores de opinião”.


A modificação do senso comum e o controle das consciências são assegurados pelo domínio sobre os órgãos educacionais e de informação. O objetivo é o controle do pensamento na própria fonte, na mente que absorve e processa as informações e a melhor forma de controlá-lo é modelar palavras e frases da maneira que sirvam aos propósitos hegemônicos. O controle da mente Ocidental, além do uso desonesto da linguagem e das informações, é feito também através da desmoralização proposital do Ocidente por ataques corrosivos contra as instituições, promovendo ativamente o uso de drogas, o agnosticismo, o relativismo moral e cognitivo, a permissividade e o estímulo às transgressões (palavra mágica altamente sedutora, principalmente para os jovens) e ataques concentrados à família tradicional, promovendo o aborto, as famílias “não-tradicionais” e as “novas sexualidades”. Analisando a programação da TV Globo há muito tempo, citarei dois exemplos apenas para não ficar muito grande, pois a lista é infinita porque a tendência aos ‘avanços da modernidade’ significa a maior exposição possível de aberrações:


Há anos a mais pérfida, deletéria e cruel atuação contra nossas crianças vêm da apresentadora Xuxa, com seus programas, filmes e rede de lojas para transformar as meninas em “putinhas” (no dizer do saudoso Sandro Guidalli, que infelizmente abandonou o jornalismo) e os meninos em andróginos. Xuxa, ela mesma com um grande sex appeal, mas para ter uma filha arranjou a doação de um mercenário – projeta suas frustrações nos “baixinhos”, como ela chama as crianças, note: sem distinção de sexo. Meninas de tenra idade são estimuladas a usar micro-saias com calcinhas à vista, pintar os lábios e os olhos e usar sapatos de saltos altos ou do estilo plataforma. Todos sabem que as meninas adoram imitar as mães, mas no senso comum tradicional elas são desestimuladas de fazê-lo antes da idade apropriada, que chegará da adolescência. No senso comum modificado elas são estimuladas desde idades inapropriadas para servirem de objetos sexuais a quem, já que os meninos custam mais a desenvolver seus apetites sexuais [ii] e são estimulados à androginia? A resposta óbvia é: aos pedófilos! Sem dúvida assistiremos em breve leis que legalizam e protegem esta aberração, até mesmo uma PEC. Talvez até mesmo criando outra espécie de criminosos: os pedofilofóbicos seguindo a linha da “homofobia” da PEC 122.


Deixando de lado, por óbvio, o Big Brother, uma rápida análise das novelas revela que todas possuem ingredientes escolhidos a dedo para modificar o senso comum tradicional:


A – um(a) homossexual que é sempre uma figura cheia de bondade, extremamente compreensivo e confiável.


B – uma prostituta boazinha – no caso da atualmente em cartaz, até com poderes paranormais.


C – apelo sistemático a crenças pagãs e à paranormalidade, geralmente praticadas por pessoas muito compreensivas que respeitam a opinião dos descrentes. Por contraste, os praticantes das religiões tradicionais são apresentados como arrogantes e intolerantes. Geralmente são defensores da tradição, subliminarmente implantando a idéia de que tradição e maldade andam de mãos juntas e não passam de hipocrisia.


D – ricos maldosos e que menosprezam os pobres. Geralmente professam religiões tradicionais.


E – pobres bondosos, honestos e trabalhadores esforçados que acabam “dando a volta por cima”. Geralmente professam alguma fé mística ou no máximo sincrética.


F – sempre há alguma situação sobre aborto, jamais defendido, sempre se opondo, porém, e aí está a mensagem subliminar, apresentando situações limite nas quais as mulheres poderiam optar por realizá-lo.


G - Há uma sintonia perfeita com o que a grande massa já “estaria preparada para aceitar” através das diuturnas pesquisas do IBOPE. O beijo homossexual foi objeto de várias novelas: ameaçavam apresentar para poder colher nas pesquisas como seria recebido. O aborto, rejeitado por mais de 80% da população, não é defendido abertamente por esta razão. Mas esperam ainda “amadurecer” as massas e aí virão com toda força.


As novelas servem para passar subliminarmente o que consta explicitamente nas cartilhas do MEC, na PL 122 e mensagens subliminares são muito mais eficientes no longo prazo. Em grande coordenação com as ações governamentais concretas sua eficiência aumenta. O próprio governo se utiliza deste procedimento, do qual recebe relatórios diários, para avaliar suas ações imediatas.


O ignóbil Estatuto da Diversidade Sexual ou PL 122 (leiam aqui:http://www.oab.org.br/arquivos/pdf/Geral/ESTATUTO_DA_DIVERSIDADE_SEXUAL.pdf) que será apresentado em forma de Projeto de Emenda Constitucional pela OAB através da Marta Suplício é a forma acabada de fait accompli gerado por anos a fio de sugestões subliminares.


7- O que tem a dizer sobre a previsão de William Lind, que fala da possibilidade de ocorrer, em algumas décadas, uma crise brutal da legitimidade do Estado, e que a Guerra de 4ª Geração e a Netwar tornem-se coisas presentes no cotidiano das pessoas em todo o mundo?


Sem dúvida! Fui dos primeiros a traduzir para o português vários artigos do Lind, cujo pensamento é ainda mais vasto e profundo.


É preciso, entretanto, distinguir os três fenômenos:


1 – A crise brutal da legitimidade do Estado já está em franco andamento e implantação. Foi tentada no entre guerras pelo plano de “paz universal” de Woodrow Wilson, pelos Fabianos e social-democratas através principalmente da Liga das Nações. Não deu certo porque os povos ainda não estavam “maduros” e resistiam à perda da nacionalidade, o que resultou no fascismo nacionalista italiano, no abandono por parte de Stalin da idéia leninista de internacionalismo proletário, na forte resistência nacionalista alemã e a eleição de Hitler e no forte nacional-militarismo japonês. Até mesmo fenômenos como o Getulismo, o Peronismo e demais movimentos nacionalistas do chamado 3º Mundo. Com a criação da ONU e o horror às guerras, a globalização recrudesceu de forma avassaladora. A ONU, dirigida por pessoas que não foram eleitas por ninguém, já se intromete na vida dos países e até dos cidadãos na intimidade de seu lar, seja através da das redes de TV, seja por imposição de hábitos alimentares ou uso de energia, até as medicações que podem ser usadas. Tome-se, em menor escala, o exemplo da União Européia: o Parlamento Europeu não tem poder nenhum, quem manda são umas duas dezenas de sujeitos auto-nomeados. A imposição do Euro está destroçando as economias européias, a Grécia é apenas o primeiro sinal, seguindo-se de Itália, Portugal, Espanha e Irlanda. Na minha opinião o Euro é uma ficção que tende a desmoronar. A Alemanha – o Quarto Reich, agora econômico? - sozinha não terá como segurar para não afundar junto. Quando eu escrevia esta resposta ocorreu a renúncia de Berlusconi pelo tecnocrata nomeado pela EU Mario Monti, um político sem votos e sem correligionários que executará diligentemente as receitas econômicas prescritas pela EU. Antes, já haviam forçado a saída de Papandreu na Grécia [iii].


2 – A guerra da 4ª geração: em primeiro lugar, é uma mudança de foco da frente para a retaguarda do inimigo para acabar com ele de dentro para fora. O exército adversário não é o alvo, mas dentro do seu território os alvos são suas tradições culturais e os ataques aos civis. Como um ideal, o exército inimigo passa a ser irrelevante. A natureza da guerra moderna confronta a tradição do serviço militar com um dilema. Os terroristas resolvem esse dilema simplesmente eliminando a cultura da ordem. Terroristas não usam uniformes, fileiras, saudações nem a hierarquia. Potencialmente eles desenvolveram ou podem desenvolver uma cultura militar que é condizente com a natureza desordenada da guerra moderna. O fato de sua cultura ser não-Ocidental pode facilitar esse desenvolvimento. Até os meios bélicos são mais baratos e eficazes: enquanto os Estados Unidos gastam US$ 500 milhões para construir um bombardeiro com tecnologia stealth (com pequena assinatura de radar), um bombardeiro stealth terrorista é um carro com uma bomba no porta-malas – um carro como qualquer outro, isto é não tem uma “assinatura” de equipamento de guerra e passa despercebido. O que teremos se combinarmos o terrorismo com a nova tecnologia? Por exemplo, que efeito teria o terrorista se em seu carro bomba ele levasse um artefato nuclear de baixa potência, ou agentes biológicos, ou um produto da engenharia genética ou de nanotecnologia, ao invés de explosivos? Embora a guerra de 4ª geração não seja o terrorismo, ela combina o terrorismo com a alta tecnologia.


O segundo guia para entender a quarta geração é o modo como o atacante procura usar a força inimiga contra si mesma. Esse conceito de guerra como uma luta de judô começa a se manifestar na segunda geração, na campanha e nas batalhas de envolvimento e cerco. Foi largamente usada na guerra de terceira geração e, com a disseminação irrestrita das idéias revolucionárias comunistas: um comunista jamais lutará por sua pátria, mas pelo comunismo. Idem um muçulmano após a disseminação do Islam. Podemos simplificar dizendo que a guerra de 4ª geração inclui uma base de operações não-nacional ou transnacional, como uma ideologia ou uma religião, ataques diretos às tradições culturais do inimigo e a guerra psicológica sofisticada.


3 – NETWAR: esta denominação, derivada de network (rede ou malhas, usada principalmente em relação aos meios de comunicação) foi inventada por John Arquilla e David Ronfeldt[iv] em 1993 e foi descrita como possuindo duas faces: uma extremamente violenta e negativa dominada por terroristas e criminosos, e outra executada por ativistas sociais que podem ou não ser militantes. Esta segunda face geralmente é pacífica e se mostra promissora para a sociedade. Entre elas existe uma malha geralmente secreta de comunicações e coordenação que não é percebida pelo público alvo. É uma nova forma de conflito e crime que envolve medidas de guerra não convencionais na qual os protagonistas usam organizações em rede derivadas da era da informação. Estes protagonistas estão dispersos em pequenos grupos e conduzem suas ações coordenadamente, sem um centro de comando preciso e, portanto, impossível de ser atacado. As antigas organizações criminosas (como a Máfia Siciliana) e revolucionárias (como a III Internacional) eram baseadas em hierarquias rígidas com comando centralizado – seja o Capo de Tutti i Capi, seja o Politburo do PC. O narcotráfico e as organizações terroristas do Oriente Médio inovaram, criando amplas redes de comunicação.


Note-se, p. ex., que as FARC mantêm um misto de hierarquia e rede, mas como imperam as redes, os golpes na hierarquia como a recente morte de Cano, ou mesmo a de Reyes, não interfere em quase nada com o narcotráfico. Até as favelas cariocas já funcionam assim: a captura dia 10/11 de Nem não deixará o “mercado” desabastecido.



 

[i] Vejam o que está acontecendo na Praça Tahir do Cairo: ontem (18/11) estava tomada pela Fraternidade Muçulmana que se voltou contra os militares e as eleições livres or eles proposta.


[ii] Embora o aparelho genital não esteja desenvolvido, as meninas já nascem com os ovários prontos, a produção dos óvulos está terminada aos cinco meses de gestação. Por outro lado, os meninos só começam a produzir espermatozóides na passagem da puberdade para a adolescência. Por isto há uma fase em que as meninas já sonham com seus “príncipes encantados” enquanto os meninos as acham umas chatas e preferem jogar bola a namorar. Correspondentemente os hormônios sexuais das meninas começam a atuar antes da testosterona masculina.


[iii] As pesquisas eleitorais na Espanha indicam a maciça vitória do candidato da EU, Mariano Rajoy. Não se iludam com o parente conservadorismo do Partido Popular. A verdadeira dirigente da Espanha sera Angela Merkel.


[iv]Networks and Netwars: the Future of Terror, Crime and Militancy (http://www.rand.org/pubs/monograph_reports/MR1382.html) e Networks, Netwar and the Fight for the Future (http://frodo.lib.uic.edu/ojsjournals/index.php/fm/article/view/889/798)
20 views0 comments

Related Posts

See All
bottom of page