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Destruindo Taiwan

- GATESTONE INSTITUTE - Gordon G. Chang - Tradução Joseph Skilnik -

O governante chinês Xi Jinping não será dissuadido de invadir Taiwan pelo fato da possibilidade de perder a indústria de semicondutores de Taiwan. Ele tomará a ilha mesmo que tenha que torná-la uma placa radioativa inabitável por mil anos. (Imagem: iStock)

Os Estados Unidos têm condições de salvar Taiwan da invasão chinesa caso se comprometesse a destruir o país ou pelo menos sua infraestrutura para fabricar chips, segundo um artigo publicado na revista trimestral Parameters, da US Army War College. Na matéria "Broken Nest: Deterring China from Invading Taiwan," Jared McKinney da Air University e Peter Harris da Colorado State University, sustentam que Taipei e Washington deveriam tornar a ilha algo "indesejável".


"Os Estados Unidos e Taiwan deveriam traçar planos no sentido de viabilizar uma estratégia da terra arrasada que tornaria Taiwan não só desinteressante se tomada pela força, como também exorbitantemente dispendiosa para mantê-la", segundo o artigo do US Army War College mais transferido por download de 2021. "Isso seria alcançado com propriedade ameaçando destruir as instalações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, a fabricante de chips mais importante do mundo e também a mais importante fornecedora da China."


McKinney e Harris explicam o título do artigo citando o provérbio chinês: "debaixo de um ninho quebrado, como poderá haver ovos inteiros?"


Os americanos projetam os chips mais rápidos do mundo, mas não fabricam nenhum deles.


Taiwan os fabrica. A ilha é de longe a líder mundial na fabricação de semicondutores. A empresa TSMC, como é conhecida a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, fabrica mais da metade dos chips feitos sob encomenda do planeta e cerca de 90% de seus processadores avançados. A TSMC e a Samsung Electronics são as duas únicas empresas que têm condições de produzir chips de 5 nanômetros, os mais avançados do mundo.


"Hoje, quem controla o acesso aos microchips pode controlar o mundo", escreveu Bob Anderson no site Federalist. Taiwan é tão importante que lá se fala que sua indústria de semicondutores confere um "escudo de silicone" contra uma invasão chinesa.


O argumento do escudo, feito por taiwaneses ou americanos, é uma ilusão. Sim, Pequim decepcionou espetacularmente em não desenvolver sua própria indústria de semicondutores e, sim, a China depende expressivamente dos chips de Taiwan. No entanto, o governante chinês Xi Jinping não será dissuadido pela perspectiva de perder a TSMC e no caso, toda a indústria de semicondutores de Taiwan. Ele tomará a ilha mesmo que tenha que torná-la uma placa radioativa inabitável por mil anos.


No início de seu governo, Xi fundamentou sua legitimidade na tomada de Taiwan.

"Olhando mais à frente, a questão das divergências políticas que existem entre os dois lados deverá chegar a uma resolução final, passo a passo, essas questões não podem ser passadas de geração em geração", declarou ele em outubro de 2013.


"A China queria Taiwan muito antes da TSMC produzir chips e iria querê-la mesmo que a TSMC jamais tivesse existido", Michael Turton, um residente de longa data de Taiwan e colunista do Taipei Times,destacou neste mês uma refutação em relação ao Broken Nest. "Ele quer Taiwan porque, a exemplo da Alemanha nazista, é um poder expansionista impulsionado por ideologias racistas e histórico racista."


Fora isso, McKinney e Harris estão equivocados em outro ponto fundamental. Eles sustentam que seria difícil procrastinar Xi com estratégias convencionais de dissuasão.


Ambos estão equivocados porque, entre outras coisas, o regime da China é extraordinariamente avesso a baixas. Xi sabe que uma invasão da ilha seria malvista pela maioria dos cidadãos chineses, especialmente se seus filhos ou filhas fossem mortos ou mutilados na campanha. A menos que esteja debaixo de extrema pressão, ele não fará nada que possa porventura levar o fim do regime do Partido Comunista.


McKinney e Harris, portanto, se desviam totalmente do foco ao argumentarem que uma corrida armamentista com a China seria contraproducente.


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