- DIÁRIO DO COMÉRCIO - 2/7/2021 - Mariana Missiaggia -
O impedimento de viagens internacionais e o fechamento das fronteiras durante a pandemia estimularam a procura dos brasileiros por produtos estrangeiros em sites especializados via cross border.
Esse termo, que representa a venda e exportação de produtos por meio de uma loja virtual, tem internacionalizado as operações de muitos comércios eletrônicos.
Os números de 2020 sobre o varejo digital no Brasil, publicados no estudo Webshoppers do ebit/ Nielsen, mostram que o Brasil teve crescimento de 76% nas vendas on-line feitas do exterior diretamente para consumidores brasileiros, um aumento responsável por mais de R$ 22 bilhões.
Nesse patamar, o e-commerce cross border já representa 21% das compras on-line feitas por consumidores brasileiros.
De insegura e cheia de desconfiança, para uma prática simplificada, o consumidor não vê as fronteiras nacionais como uma barreira para tal experiência de compra - quase 50% dos compradores on-line no Brasil já compraram de marketplaces como Amazon, AliExpress, Wish, Shopee e Shein.
Atualmente, os sites internacionais preferidos pelos consumidores brasileiros contam com informações em português, fazendo com que a barreira de um idioma estrangeiro seja superada e conferindo mais confiança às transações.
Outro material recente, divulgado em maio deste ano pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), mostra que o cross border cresceu 76% em faturamento no último ano e que sua importância dentro do e-commerce foi de 17% em 2019 para 21% em 2020.
A melhora no nível de serviço com fretes mais baixos, a redução nos prazos de entrega, boas avaliações, o aumento de publicidade e a recorrência vêm permitindo a operadores internacionais aumento de penetração no mercado brasileiro, de acordo como Eduardo Terra, consultor de varejo e diretor-presidente da SBVC. A popularização dos smartphones, da banda larga e do acesso 5G assume um papel de protagonismo neste comportamento.
"Essas lojas têm implementado uma série de soluções logísticas que mudaram o prazo das entregas, que antes levavam até 40 dias, e agora acontecem em 15 dias. Isso deve fazer esse fenômeno crescer ainda mais em 2021 com as fronteiras ainda fechadas", diz o consultor.
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