- O VESPEIRO - 3 Mar, 2021 -

Domingo O Estado de S. Paulo deu duas páginas ao candidato a presidente, Luciano Huck, para a transcrição de uma conversa com Rebecca Henderson, “a professora mais disputada de Harvard”, autora de Reimagining Capitalism in a World on Fire, em que “faz a defesa do capitalismo e da necessidade de ajustá-lo para contemplar imperativos sociais e ambientais”.
Rebecca Henderson é o arquétipo do corte “light” da esquerda americana “liberal”, um tipo viciado em autoflagelação que acredita sinceramente que é a lógica da moralidade e não a do poder que rege a História.
O perigo desse engano é que, embora inspirado pela vontade de servir a democracia ele a trai na sua característica mais essencial, revolucionária e inovadora que é ter a recusa de ilusões moralistas com a natureza humana – tão enfaticamente destacada nos Artigos Federalistas – como a única inspiração para a construção das suas instituições.
Rebecca sonha com “reinstalar, sem o racismo e a misoginia, aquele capitalismo americano dos anos 50 e 60”. Mas, no seu diagnóstico, não foi a revogação, na virada do século 20 para o 21, da orientação antitruste que Theodore Roosevelt imprimira um século antes à democracia americana, para enfrentar em termos chineses a competição com os capitalismos de estado socialistas, que determinou o desvio mortal em que entrou o capitalismo democrático e, com ele, as democracias ocidentais. Não foi instilada de fora a atual doença do capitalismo. É tudo apenas e tão somente um desvio moral em que embarcaram os empresários e os CEOs do Ocidente cuja ganância foi espicaçada por Milton Friedman e seus seguidores, bastando portanto, para corrigi-lo, ajustar-lhes o foco para outra direção.
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