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Alemanha tenta se desvencilhar da China e da Rússia

THE EPOCH TIMES - Fan Yu - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - COMENTÁRIO HEITOR DE PAOLA - 11 DEZ, 2022


No mês passado, o chanceler alemão Olaf Scholz admitiu algo que todo alemão sabia, mas tinha medo de dizer: o modelo de negócios do país está falido.


Respondendo à pergunta formulada: É MUITO TARDE! TARDÍSSIMO! Vão entrar pelo cano por causa da ganância. Lenin previra: "os capitalistas comprarão a própria corda com que serão enforcados". Cansei de escrever isto e falar em vídeos. Era só ver o precedente histórico, a Nova Política Econômica de Lenin de 1921. Muitos capitalistas engoliram a isca com anzol e tudo. Os mais ricos, claro, ganharam muito dinheiro e caíram fora. Essa gente não aprende! "Ah, com Deng Xiaoping será diferente, a China finalmente se abriu: não importa a cor do gato desde que cace ratos". Pois é, o gato China fingiu trocar de cor e caçou todos os ratos que, agora, estão presos na ratoeira. E caíram também na do Putin: desativaram as usinas nucleares confiando na Rússia!!! Um país milenarmente expansionista! Bom, tudo isto até os Muçulmanos tomarem conta.

COMENTÁRIO HEITOR DE PAOLA -

 

O modelo estratégico nacional de negócios da Alemanha, baseado na globalização e na interdependência, está saindo pela culatra. É o equivalente para a construção de uma nação a colocar todos os ovos em uma mesma cesta. Neste caso, duas cestas: Rússia e China. A Alemanha depende da Rússia para a maior parte de suas necessidades de energia e depende da China para a maior parte de sua economia voltada para a exportação.


Scholz disse que a “dependência unilateral” da Alemanha em relação à China e à Rússia deve acabar.


O chanceler está mudando a política de longa data da Alemanha. O país está dedicando 2% de seu PIB à defesa e reforçando as defesas orientais da OTAN, acelerando o afastamento da energia russa, construindo mais terminais de gás natural líquido (GNL) e comprometendo-se a se tornar uma nação nuclear.


No entanto, Scholz não é inocente na atual situação da Alemanha. Durante anos, ele serviu como ministro das finanças e vice-chanceler no governo da ex-chanceler Angela Merkel.


No início de dezembro, a mídia alemã local publicou trechos de um documento estratégico vazado do Ministério da Economia que previa tensões crescentes entre a Alemanha e a China e que a China se deslocaria, o mais tardar, para anexar Taiwan até 2027. Caso isso se concretize, abrirá caminho para mais problemas econômicos para a Alemanha.


O jornal afirma ainda que, embora a China tenha trabalhado durante anos para reduzir sua dependência externa — um desenvolvimento que o Epoch Times cobriu extensivamente — a Alemanha e a Europa fizeram o jogo da China e, em vez disso, dobraram sua dependência da China.


Mas mudar de rumo é mais fácil falar do que fazer.


A Alemanha é uma nação industrial avançada. Sua fonte de energia não é muito diversificada. Combustíveis fósseis, como petróleo e gás, representam 60% da energia da Alemanha, e a Rússia é o maior fornecedor de ambos.


“A Alemanha importa cerca de € 1,8 bilhão (cerca de US$ 2 bilhões) em gás, petróleo e carvão russos por mês, ajudando assim a financiar a guerra de Vladimir Putin na Ucrânia”, escreveu The Economist em abril de 2022.


Agora, o país está construindo desesperadamente novos terminais de GNL para suprir suas necessidades energéticas. O GNL é entregue por navio e os Estados Unidos são um grande exportador. No final de setembro, o governo de Scholz anunciou um programa de “escudo defensivo” de 200 bilhões de euros (US$ 209 bilhões) para limitar os preços do gás para consumidores e empresas, bem como para subsidiar empresas importadoras de energia.


Na frente comercial, os políticos alemães no mês passado fizeram suas rondas pela Ásia, reavaliando os laços existentes e forjando novos.


Vários capitães da indústria alemã estavam a reboque, incluindo a liderança dos gigantes industriais BASF e Siemens, bem como o gigante financeiro Deutsche Bank.


Os governos alemães anteriores atrelaram os vagões do país à China, um país cujo regime comunista se tornou cada vez mais hostil ao Ocidente e seus aliados. Essa política foi moldada quase inteiramente pelos interesses das empresas alemãs, que dependem da demanda chinesa e investiram pesadamente na produção chinesa.


A Alemanha deve se preparar para um mundo onde a China se torna cada vez mais rechaçada e isolada do resto do mundo.


Nenhum país pode substituir o apetite da China pelas exportações alemãs, incluindo máquinas industriais, equipamentos técnicos e automóveis. Mas a Alemanha tinha que começar de algum lugar.


“Certamente não seria uma opção renunciar completamente à China”, disse Volker Treier, chefe de comércio exterior do lobby do DIHK em Berlim, em entrevista à Bloomberg em novembro.


“As empresas alemãs estão tentando diversificar e se proteger contra a possibilidade de um declínio mais forte nas relações comerciais com a China.”


As empresas alemãs devem ser incentivadas a diversificar fora da China. Isso custará dinheiro e prejudicará os resultados das empresas, pelo menos temporariamente. E exige o comprometimento da comunidade empresarial, dos políticos alemães e de seus aliados da União Europeia.


Até agora, seu pivô teve tração limitada. Enquanto a Alemanha bloqueou no mês passado a aquisição chinesa de uma fábrica doméstica de chips, no início de dezembro ela se recusou a seguir o exemplo dos Estados Unidos para decretar uma proibição total da importação de equipamentos de telecomunicações fabricados pela gigante chinesa de telecomunicações Huawei. Em outubro, Berlim permitiu que a gigante marítima estatal chinesa COSCO comprasse um terminal no porto de Hamburgo, embora tenha feito um investimento menor do que o planejado originalmente pela empresa chinesa.


Tudo isso levanta a questão: é muito pouco, muito tarde?


As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.


 

Fan Yu é especialista em finanças e economia e contribui com análises sobre a economia da China desde 2015.


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