- THE EPOCH TIMES - Naveen Athrappully - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - 27 ABR, 2022 -

A inflação dos preços dos alimentos está piorando, a agricultura em terras ociosas está proibida devido a metas climáticas: USDA
A inflação dos preços dos alimentos está subindo a uma taxa alarmante, com a taxa anual a caminho de se tornar a mais alta dos últimos anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O Índice de Preços ao Consumidor (sigla em inglês CPI) de todos os alimentos aumentou 1% de fevereiro a março de 2022. Quando comparado a março de 2021, os preços dos alimentos aumentaram 8,8% em março de 2022, mostram dados do USDA. A agência prevê que em 2022 todo o IPC de alimentos aumente de 5 a 6%, o que é muito superior ao aumento de 3,9% em 2021, de 3,4% em 2020 e de 1,9% em 2019.
O IPC médio histórico de 20 anos é de 2,4%.
Os preços para compras em restaurantes, designados como “comida fora de casa” no IPC, aumentaram 0,3% em março de 2022, um aumento de 6,9% em relação a março de 2021, informou o USDA.
Os preços para compras de alimentos em mercearias e supermercados, designados como “comida em casa” no IPC, aumentaram 1,5% de fevereiro a março de 2022 e foram 10% maiores do que em março de 2021.
Espera-se que os preços dos alimentos em casa aumentem de 5% a 6% em 2022, com os alimentos fora de casa aumentando de 5,5% a 6,5%.
Os preços de 12 meses de carnes, aves e peixes aumentaram 13,8% em março de 2022; os ovos aumentaram 11,2%; os produtos lácteos aumentaram 7%; gorduras e óleos em 14,9%; frutas e legumes em 8,5%; açúcar e doces em 8%; cereais e produtos de panificação em 9,4%; bebidas não alcoólicas em 8%; e outros alimentos em 10%.
O aumento dos preços dos alimentos deve-se a vários fatores, incluindo a falta de mão de obra, um aumento nos custos de transporte rodoviário, o aumento do custo dos fertilizantes e a guerra da Rússia na Ucrânia. A guerra interrompeu o fluxo de alimentos dos portos ucranianos, além de afetar o plantio de primavera do país.
A Rússia e a Ucrânia juntas representam cerca de 20% das vendas mundiais de milho e mais de 25% do comércio global de trigo.
“Entre as quase 50 séries de preços de commodities que estudamos, as mudanças no preço spot do trigo se destacam como um indicador da inflação dos preços dos alimentos”, disseram analistas do JPMorgan Chase em nota, segundo a Bloomberg.
"Considerando os mercados de trabalho excepcionalmente apertados e a pressão inflacionária já elevada dos preços das commodities antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, suspeitamos que a inflação de alimentos permanecerá firme nos próximos meses", disseram os analistas.
Em março, vários grupos agrícolas – incluindo a American Bakers Association, a American Farm Bureau Federation e a Agricultural Retailers Association – escreveram ao USDA (pdf), solicitando que a agricultura fosse permitida em terras ociosas sob o Programa de Conservação de Reserva (sigla em inglês CRP). Cerca de 26% dos acres de CRP são classificados como terras agrícolas de primeira.
No entanto, o USDA rejeitou o pedido, insistindo que tal medida prejudicaria as metas climáticas (pdf).
“É fundamental ressaltar que, se permitirmos a lavoura de acres de CRP, o benefício marginal na melhor das hipóteses para a produção agrícola será associado a um impacto significativo e prejudicial nos esforços dos produtores para mitigar as mudanças climáticas e manter a saúde a longo prazo da suas terras”, disse a agência em sua resposta.
Naveen Athrappully é um repórter que cobre eventos de negócios e mundiais no Epoch Times.
PUBLICAÇÃO ORIGINAL >