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A Europa precisa apostar na diversificação do petróleo e do gás

- THE NATIONAL INTEREST - James Jay Carafano e Stefano Graziosi - TRADUÇÃO CÉSAR TONHEIRO - 10 AGO, 2022 -

Se a Europa persistir em tentar zerar o combustível de carbono, ninguém mais investirá em infraestrutura de gás e petróleo.


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No passado, Bruxelas e Berlim fizeram algumas escolhas terríveis em relação à energia – escolhas que tornaram a Europa cada vez mais dependente do gás russo. O Kremlin tem sido capaz de usar essa dependência para pressionar nações individuais – e às vezes até a União Européia (UE) como um todo – a concordar com projetos de desenvolvimento e reprimir suas objeções a políticas nocivas que beneficiam a Rússia.


A brutal invasão da Ucrânia por Vladimir Putin mudou tudo isso. As nações europeias estão agora tomando medidas para diminuir sua dependência da energia russa.


A Comissão Europeia, por exemplo, assinou um acordo que permite a Israel aumentar as entregas de gás natural à UE através do Egito.


Roma, por sua vez, concordou recentemente em aumentar sua cooperação com Argel no campo da energia. O acordo torna a Argélia a principal fornecedora de gás da Itália.


Paris não ficou ociosa. Firmou parceria com os Emirados Árabes Unidos para impulsionar a produção de energia nuclear e hidrogênio.


Em maio passado, a Alemanha chegou a um acordo com o Catar sobre gás natural liquefeito.


A Arábia Saudita assinou acordos com a Grécia em diversos setores, incluindo energia.


A UE assinou recentemente um acordo para obter gás natural através do Corredor de Gás do Sul, uma série de oleodutos que transportam gás do Azerbaijão para a Europa via Geórgia e Turquia.


Aqui estão as más notícias: isso não é suficiente para atender às necessidades energéticas da Europa. Além disso, a noção de que esses acordos podem servir como medidas paliativas para lubrificar a transição para um continente alimentado por energia verde é fantasiosa. As energias renováveis provavelmente nunca produzirão o suficiente para atender às futuras necessidades energéticas da Europa. E se a Europa persistir em tentar zerar o combustível de carbono, ninguém mais investirá em infraestrutura de gás e petróleo. Por que deveriam, se esses ativos forem forçados a fechar em alguns anos, sem oportunidade de recuperar seus investimentos?


Há outra dura realidade também: diversificar os fornecedores estrangeiros de energia não elimina o risco geopolítico.


Alguns dos países do Oriente Médio e da África onde a Europa quer comprar energia têm relações estreitas com Moscou. Por exemplo, Egito e Rússia cooperam no setor de energia nuclear, enquanto a Argélia tem vínculos sólidos com o Kremlin. Em abril passado, Argel votou contra a suspensão de Moscou do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Além disso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, visitou o país do norte da África em maio para fortalecer a cooperação no setor de energia. Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita também melhoraram recentemente suas relações com a Rússia, principalmente devido às políticas equivocadas do presidente Biden sobre o Irã e o Iêmen.


A Líbia tem um grande potencial como fornecedora de energia para a Europa, mas o país está uma bagunça. Sua instabilidade política e falta de segurança pública a tornam uma zona proibida para parcerias energéticas.


É claro que os Estados Unidos podem ser uma fonte de energia significativa, mas o governo Biden continua comprometido em desencorajar a expansão da produção de petróleo e gás como parte de uma “transição” forçada para energia renovável. Isso precisa mudar.


Os Estados Unidos e países europeus, como Itália e Alemanha, devem adotar políticas energéticas mais práticas e eficazes. Isso incluiria maior exploração doméstica e desenvolvimento de combustíveis baseados em carbono e abertura – e reabertura – de usinas nucleares.


Os Estados Unidos e a União Europeia também devem agir rapidamente para fortalecer os laços no setor de gás. Isso garantiria uma maior redução na dependência do gás russo, aliviando a ameaça da pressão geopolítica de Moscou.

Além disso, a Casa Branca deve pressionar para fortalecer o flanco sul da OTAN. A Europa precisará obter combustível adicional da África (incluindo a Líbia), do Sul do Cáucaso e da Ásia Central. Faz sentido ter um flanco mais seguro e defensável para esses corredores de energia. Também serviria para controlar a Rússia, cuja influência na parte oriental da Líbia tem sido profundamente desestabilizadora.


Finalmente, mais gasodutos, como o gasoduto EastMed proposto, seriam úteis. A EastMed conectaria Israel a Chipre, Grécia e Itália; Jerusalém e Roma apoiam o projeto. Um gasoduto Trans-Caspian também poderia ajudar a fornecer energia adicional para a Europa. A Iniciativa dos Três Mares deve incluir projetos tradicionais de gás e petróleo para ajudar a acelerar o processo de melhoria da segurança energética europeia.


James Jay Carafano é vice-presidente da Heritage Foundation, dirige a pesquisa do think tank sobre questões de segurança nacional e relações exteriores.


Stefano Graziosi é ensaísta e analista político que escreve para o jornal italiano La Verità e para a revista semanal Panorama.


Imagem: Reuters.


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